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Segunda - 13 de Junho de 2016 às 00:48
Por: Rafael Costa - Folha Max

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A 11ª fase da Operação Ararath deflagrada pela Polícia Federal no dia 2 de junho é resultado de um inquérito aberto para investigar o ex-secretário de Estado, Eder Moraes, pela suspeita de lavagem de dinheiro na aquisição de imóveis de luxo em Cuiabá. Para manter as propriedades sem o registro de seu nome, o que poderia levar ao bloqueio de patrimônio pela Justiça como medida de ressarcimento aos cofres públicos, Eder Moraes adotou a estratégia de registrar imóveis milionários em nome dos seus parentes.

Somadas, as propriedades correspondem ao valor de R$ 3,935 milhões. Em nome da irmã, foi adquirido um apartamento no Condomínio Parque Residencial Torre das Águas avaliado em R$ 382 mil. Um imóvel também foi adquirido por Eder Moraes e transferido para a titularidade do nome de seu pai. Trata-se de um apartamento no condomínio Torre das Baias avaliado em R$ 390 mil.

O filho mais velho, Eder Junior, recebeu um apartamento no Condomínio Torre da Fauna avaliado em R$ 595.350 mil. Um apartamento na mesma quantia foi registrado em nome do filho caçula, Vitor.

Ainda foi adquirido um apartamento em São Paulo avaliado em R$ 780 mil e outras seis salas comerciais no 24ª andar do Edifício SB Tower, ainda em fase de construção na Avenida do CPA, avaliados R$ 2,568 milhões.

Em relação ao apartamento adquirido no Condomínio Parque Residencial Torre das Águas, a Polícia Federal descobriu que o imóvel foi adquirido inicialmente pelo empresário Celson Luiz Duarte Bezerra com uma nota promissória no valor de R$ 190 mil assinada pelo ex-secretário Eder Moraes. A Construtora MTM informou que vendeu o imóvel ao empresário Celson Luiz Duarte Bezerra que posteriormente revendeu ao ex-secretário Eder Moraes.

No dia 11 de junho de 2013, o ex-secretário Eder Moraes protocolou uma declaração de próprio cunho perante o Condomínio Parque Residencial Pantanal informando que o apartamento 802, Edifício Torre Baias, pertencia a sua mãe para que a mudança de móveis fosse realizada no dia 13 de junho de 2013. “É nítido que o intuito de ocultar e distanciar os referidos imóveis também se faz presente em Éder, que frequentemente se utiliza da tipologia de lavagem de bens conhecida por uso por terceiros'', especialmente familiares, pois além de chamar menos a atenção no momento do uso, vez que não demanda maior esforço por parte daquele que pretende ocultar os bens, apresenta segurança decorrente do vínculo de confiança e manutenção do segredo”, diz um dos trechos do relatório.

Outra prova apontada pela PF que Eder Moraes recorreu a compra de imóveis de luxo para lavagem de dinheiro, porém, envolve terceiros para não ter seu nome diretamente envolvido nas propriedades, se dá com base em documentos apreendidos na casa do empresário Celson Luiz Duarte Bezerra durante a oitava fase da Operação Ararath em novembro de 2015. Foi encontrado um envelope branco que continha em letras maiúsculas a anotação “EDER”.

Dentro do envelope havia uma cópia de um DAM, documento de arrecadação municipal emitido pela Secretaria Municipal de Fazenda, tendo como sacado a empresa MTM CONSTRUÇÕES, referente ao imposto predial. Na avaliação da PF, se trata de um forte indício de que o empresário Celson Luiz Duarte Bezerra e parentes de Eder Moraes são usados pelo ex-secretário para compra de imóveis milionários e assim concretizar ações que configuram lavagem de dinheiro.

“Ainda que Yldecir (mãe de ÉDER) e Gleice (irmã de ÉDER) residam de fato nos apartamentos, os elementos informativos coligidos até o presente indicam que os apartamentos" foram adquiridos com recursos de EDER DE MORAES, em operação intermediada por CELSON BEZERRA (...) Rememore se que CELSON teve participação, outrossim, na operação envolvendo a casa de EDER DE MORAES DIAS no condomínio Florais dos Lagos, em circunstâncias que evidenciaram o crime de lavagem de dinheiro, o que levou, inclusive ao seu indiciamento ao lado de EDER DE MORAES DIAS nos autos do IPL 188/2015-SR/DPF”, conclui.





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