Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Politica MT
Sexta - 24 de Junho de 2016 às 07:53
Por: Carlos Dorilêo - Folha Max

    Imprimir


A juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, encaminhou o processor referente a “Operação Ventríloquo” para o Núcleo de Ações de Competências Originárias (NACO). O objetivo é investigar as autoridades com prerrogativa de foro, identificadas no inquérito e citadas em depoimentos de testemunhas e réus.

A decisão atende pedido do promotor Marcos Bulhões, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O órgão não tem competência para investigar os citados.

Até o momento, surgiram os nomes dos deputados Mauro Savi (PSB), Romoaldo Junior (PMDB) e Guilherme Maluf (PSDB). Todos foram citados pelo ex-deputado José Riva, apontado na ação penal como o líder do esquema que desviou R$ 9 milhões na Assembleia Legislativa.

Riva confessou ter ficado com R$ 806 mil do total desviado. Ele disse ainda que resta identificar quem foram os beneficiários de R$ 3 milhões e pediu a microfilmagens dos cheques emitidos por Joaquim Mielli.

No entanto, a magistrada sinalizou que ele colabore com a investigação a ser instaurada no NACO. “Não podemos dar mais nem um passo nessa direção. O caso é dele começar a colaborar lá em cima".

Selma Arruda confirmou que a instrução processual está se encerrando. Após isso, será aberto prazo para as alegações finais antes da sentença. “Estamos nos últimos passos. Acredito que devemos desonerar quem não tem culpa e dosar na medida certa a quem deve".

AUDIÊNCIA

O ex-deputado estadual José Riva voltou a cobrar as microfilmagens dos cheques emitidos pelo advogado Joaquim Fábio Mieli de Camargo para identificar todos os beneficiados com os recursos desviados da “Operação Ventríloquo”. Riva prestou depoimento nesta quinta-feira à juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, mas não revelou novos nomes em relação ao depoimento anterior, quando confessou ter participado do esquema, apesar de não ter sido o mentor.

“Com os cheques é possível esclarecer 100% dos beneficiados”, declarou o ex-presidente da Assembleia Legislativa.

De acordo com ele, os cheques emitidos por Mieli não foram depositados diretamente nas contas dos parlamentares, mas de terceiros. Por isso, ele evita adiantar nomes outros nomes. “É possível identificar pelas assessorais, pelas empresas. Agora, são os deputados que vão ter que explicar se foi pra ele, assessor ou alguém”, colocou.

Nos dois depoimentos em que confessou o esquema, José Riva citou os nomes dos deputados Guilherme Maluf, Romoaldo Junior e da ex-deputada Luciane Bezerra (PSB) como beneficiários. “Não vou ficar aqui execrando companheiro”, disse Riva ao ser questionado sobre a imprensa sobre o nome dos deputados que participaram do esquema.

O ex-deputado também isentou o ex-procurador-geral da Assembleia, Anderson Flávio Godoi de receber R$ 50 mil por meio de um cheque depositado na conta do atual secretário de serviços legislativos, Odenil Rodrigues. “O Odenil não era servidor da secretaria-geral como falou. Ele era do gabinete do Guilherme Maluf”, colocou.

Riva também desmentiu a delação premiada do advogado Joaquim Fábio Mieli de Camargo. “Ele vai fazer uma delação e deixa de fora justamente quem assinou os cheques pra ele. Isso é muito curioso”, assinalou o ex-deputado, que sugeriu uma acareação com Mielli.

R$ 50 MIL

Outro depoimento de impacto nesta quinta-feira foi do secretário de serviços legislativos da Assembleia Legislativa, Odenil Rodrigues Carvalho. Ele, que recebeu um cheque de R$ 50 mil de Joaquim Mielli, revelou que os valores foram sacados na boca do caixa da agência do Banco do Brasil na Assembleia e repassado para Anderson Flávio Godoi.

Ele disse que a ordem partiu de Luiz Márcio Pommot, a quem era subordinado, e foi pressionado pelo ex-procurador da Assembleia. “Fiz isso com medo de perder meu emprego. Tenho dois filhos”.

Anderson e Pommot pediram para prestar depoimento referente as acusações de Odenil Rodrigues. Ambos negaram a transação e disseram acreditar que o depósito a ele tenha atendido o deputado Guilherme Maluf, uma vez que ele trabalhava no gabinete do parlamentar. “Ele me acusou para livrar alguém. Sou a parte mais fraca nesta ação”, disse o advogado.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/420583/visualizar/