Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Segunda - 15 de Agosto de 2016 às 12:18
Por: RD NEWS/Mário Okamura

    Imprimir


Camila Cervantes
Quase toda a população sofre com o ronco. Algumas pessoas no Centro de Cuiabá foram abordadas relataram como enfrentam esta situação
Quase toda a população sofre com o ronco. Algumas pessoas no Centro de Cuiabá foram abordadas relataram como enfrentam esta situação

quadro_ronco.jpg

Quase toda a população sofre com o ronco. Algumas pessoas no Centro de Cuiabá foram abordadas pelo para relatar como enfrentam esta situação

O ronco além de ser um barulho perturbador que pode até prejudicar relacionamentos, também pode ser indício de uma doença, a apneia do sono, que é a parada respiratória por mais de 10 segundos. Segundo o otorrinolaringologista e médico do sono, Anderson Botti, é importante diagnosticar as repercussões oriundas do ronco, que podem acarretar em problemas na saúde.

“Como, por exemplo, hipertensão arterial, independente de qualquer outro fator. O ronco ocorre quando a via aérea está estreitada e na apneia ela está totalmente fechada. Há uma má oxigenação do cérebro, que aumenta os riscos para hipertensão, incidência de infarto, derrame ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Hoje é considerada uma doença metabólica, ou seja, o paciente não consegue perder peso porque não dorme muito bem à noite”, explica ao .

Gilberto Leite

Anderson Botti

Médico Anderson Botti afirma que a doença e efeitos têm sido discutidos por especialistas

Conforme o médico, durante o sono alguns hormônios e substâncias químicas atreladas ao metabolismo da saciedade ficam modificados em quem tem apneia. Anderson ressalta que o fato de ficar acordado à noite, às vezes leva a pessoa a procurar a geladeira, o que prejudica o metabolismo. “Isso atrapalha pois a pessoa deveria estar descansando e no metabolismo quem dorme bem até emagrece, quem não dorme tende a engordar. Uma noite de sono mal dormida altera o metabolismo desses hormônios”.

Neste sentido, o médico afirma que esta doença tem sido discutida entre especialistas, uma vez que através da apneia a pessoa pode desencadear sonolência excessiva diurna. “Essa sonolência faz cair a qualidade de vida da pessoa e no trabalho também”.

Segundo Anderson, a pessoa tem alterações comportamentais, como desânimo, irritabilidade, e fica socialmente ruim para desenvolver as tarefas. Além disso, corre o risco de acidente de trânsito. “Então a pessoa tem a apneia com sonolência excessiva diurna e isso acarreta vários acidentes de trânsito. Temos notícias relacionadas ao assunto que mostram que quase 10% dos acidentes de trânsito são ocasionados por desatenção e sonolência”.

O marido ronca e a mulher
tem insônia, diz médico

Fatores

O otorrinolaringologista explica que fatores como a obesidade e ingestão de bebidas alcoólicas contribuem para a piora da situação. No caso da obesidade, a tendência da pessoa roncar aumenta devido ao acúmulo de gordura da região do pescoço. Já quem ingere bebida alcoólica ocorre o mesmo, pois relaxa mais a musculatura.

“Dependendo da posição que dorme, se estiver muito cansado o ronco pode não ser atrelado à doença, mas fora isso é apenas uma questão social e não tem repercussão na saúde”, salienta.

Tratamento

Anderson Botti explica que o tratamento para o ronco e apneia é complexo, porque necessita fazer o diagnóstico. Neste sentido, diz que o primeiro diagnóstico é o testemunho do parceiro (a). “A pessoa grava e pela história sugere se não é só sono ou apneia”. Além disso, ressalta que existem laboratórios do sono, onde é feito o exame polissonografia, que vai determinar se é só ronco, se é apneia e qual o grau da doença.

O exame é feito durante a noite toda, por isso, o paciente tende a dormir no laboratório. “A polissonografia também diagnostica outros problemas do sono, como distúrbios, a sonolência excessiva diurna, sonambulismo, pesadelo, algumas causas de insônia também”.

O médico relata que atualmente alguns pacientes previamente selecionados podem fazer em casa, por meio da polissonografia portátil. “O mais importante é fazer um diagnóstico. Infelizmente no Brasil existem poucos serviços públicos que oferecem este tipo de trabalho, pelo SUS. Grande parte da população não tem acesso ao exame”.

Em Mato Grosso, conforme Anderson, não existe tratamento por polissonografia. Ele conta que juntamente com a Assembleia luta para que o Estado adquira este tratamento à população e ressalta dois trabalhos de mestrado do Instituto do Sono, sobre a estatística dos pacientes do laboratório e acerca de caminhoneiros.

O médico diz que estudos mostram que em torno de 4% dos homens e 2% das mulheres têm apneia do sono. “Todos os pacientes que têm apneia roncam, mas nem todos que roncam têm apneia”, conclui.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/421976/visualizar/