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Segunda - 22 de Agosto de 2016 às 06:54
Por: Eduarda Fernandes - RD NEWS

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Juíza titular da 7ª Vara Criminal, Selma Arruda alerta sobre combate efetivo à violência no Estado
Juíza titular da 7ª Vara Criminal, Selma Arruda alerta sobre combate efetivo à violência no Estado

Para a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, se o Executivo e o Judiciário não mantiverem uma postura firme no combate à violência oriunda de organizações criminosas, é possível que o Estado chegue a níveis críticos.

Indagada se há a chance de o Estado ser, algum dia, comandando por facções criminosas, como ocorre em regiões do Rio de Janeiro, a magistrada responde que "se nós não nos mantivermos firmes pode ser muito pior que o Rio de Janeiro".

A avaliação foi feita em visita à sede do e entrevista ao RDTV, ao comentar sobre a onda de ataques ocorridos na noite de 10 de junho. Selma vê com preocupação o fato de Mato Grosso estar fora do foco da mídia nacional. “Porque Rio de Janeiro e São Paulo são o centro da atenção do país. O que acontece lá traz Força Nacional na hora, porque a mídia concentra nestes Estados”.

Ela ressalta ainda que a proximidade com a Bolívia, maior fornecedor de droga da América do Sul, é uma desvantagem para o Estado, pois a droga “é a força motriz desse tipo de organização". “Temos que ter muito cuidado, porque nós somos aqui, estrategicamente, muito valiosos para as organizações criminosas, por conta das questões geográfica e de visibilidade”, alerta.

Diante deste cenário, Selma entende que priorizar tanto o setor de inteligência quanto estruturar o Judiciário são as melhores medidas para esse tipo de enfrentamento. A magistrada cita, como exemplo, uma ação contra membros do Primeiro Comando da Capital que tenha cerca de 50 réus, sendo que cada um pode arrolar até 8 testemunhas. “Como é que você instrui um processo de 400 testemunhas? Quanto tempo precisa para instruir este processo? Quanto tempo para receber a defesa de todos estes réus? É uma maratona, uma coisa impressionante, muito grande”, comenta.

Seguindo o raciocínio, a juíza pondera que em meio a toda esta “maratona”, surgem casos como os ataques, que geram outros processos tão complexos quanto o exemplificado. “Tem que ter mega estrutura, uma força de trabalho. O que a gente espera das instituições, tanto do Judiciário, quanto do MPE e Executivo, não é só que tenha essa força de ir para a rua combater, mas de efetivamente punir depois”, conclui.

Tem que ter mega estrutura,
uma força de trabalho, diz
Selma Arruda sobre postura
do Executivo e Judiciário

Onda de ataques

Na noite de 10 de junho, ocorreu uma série de ataques, em Cuiabá, sob ordens de presos da Penitenciária Central do Estado (PCE). Naquele dia, após quatro ônibus na Grande Cuiabá terem sido incendiados e recolhidos para as garagens, áudios, via mensagens de WhatsApp, começaram a ser repassados informando que novos atos de violência teriam como alvo as forças policiais estaduais, demais serviços de segurança pública, e até mesmo a pessoa do governador Pedro Taques (PSDB).

Uma semana depois, ainda sob risco de novos ataques, a Segurança Pública realizou, a partir das 19h30 do dia 17, uma operação integrada a fim de coibir novos atos criminosos. Aproximadamente 500 policiais militares e 150 viaturas fizeram ações de saturação, com blitzes, checagens e bloqueios, simultaneamente em avenidas, além de entradas e saídas de bairros. Forças especializadas, como batalhões de Operações Especiais, Rotam, Trânsito e o Ciopaer participaram do efetivo. As equipes da Força Tática e do Comando de Ação Rápida (CAR) também atuaram.





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