Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Segunda - 18 de Novembro de 2013 às 07:18

    Imprimir


 O delegado Paulo Henrique Martins de Castro, chefe das investigações sobre a morte do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, afirmou que ouviu dois profissionais ligados à área de saúde, na manhã desta sexta-feira (15), em Ribeirão Preto (SP). Segundo Castro, os dois especialistas foram ouvidos informalmente para que ele esclarecesse algumas dúvidas sobre o uso da insulina, medicamento usado no tratamento do diabetes e que fazia parte da rotina da criança.
 
A polícia suspeita que uma superdosagem de insulina possa ter levado Joaquim à morte. Testes toxicológicos foram feitos para detectar a presença do hormônio no organismo da criança. Os laudos serão entregues nos próximos dias à Polícia Civil.
 
 
Joaquim foi encontrado morto no domingo (10), no Rio Pardo, em Barretos (SP). A mãe dele, a psicológa Natália Ponte, e o padrasto, o técnico em TI, Guilherme Longo, estão presos temporariamente e são suspeitos do sumiço e da morte do menino. Eles alegam inocência.
 
Conversa informal
Sem revelar o teor das declarações, Castro afirmou que os especialistas ouvidos na manhã desta sexta-feira falaram sobre o uso da insulina, a administração de doses e o manuseio da caneta para aplicação do medicamento - e que está apreendida. Os profissionais falaram ainda sobre o fato revelado por Guilherme Longo em depoimento à polícia de que teria se autoaplicado 30 unidades do hormônio, após ter feito uso de quatro cápsulas de cocaína. “Foi um parecer técnico, ninguém foi intimado e a conversa foi esclarecedora”, diz.
 
Canetas de insulina usadas no tratamento de Joaquim estão com a polícia 
Joaquim havia sido diagnosticado com diabetes em setembro deste ano, e passava por uma adaptação à nova rotina por causa da aplicação de insulina. Em depoimento à polícia após a prisão, Natália revelou que Longo havia feito uso do hormônio dois dias antes do sumiço do filho, e que havia tentado se matar aplicando 30 unidades em si mesmo. Segundo Natália, a princípio, o marido contou que tinha usado apenas duas unidades.
 
A informação levantou a suspeita da polícia de que Joaquim poderia ter morrido por um erro na medicação. Para o diretor técnico do IML de Ribeirão Preto, João Arnaldo Damião Melki, será difícil que os exames evidenciem a presença do hormônio no organismo da criança. "Pelo o que se sabe da literatura é que é muito difícil você comprovar a presença dessa substância, porque ela tem o tempo de vida muito curto no metabolismo, ou de degradação. Isso em questão de umas duas, três horas. Ainda mais essa que foi usada no garoto que era de efeito rápido. O estado do corpo prejudica o resultado. O tempo é inimigo do resultado. Quanto mais tempo passa, menos chance você tem de encontrar alguma coisa. E numa situação dessa, por se tratar de uma criança, que ficou tanto tempo sobre ação da água e que a putrefação é mais rápida, os tecidos se decompõem mais depressa. Tudo que você quer investigar é prejudicado", afirma.
 
 
 
O depoimento prestado à polícia na quarta-feira (13), Guilherme Longo falou, segundo o advogado, sobre a autoaplicação de insulina, mas afirmou que o uso foi feito semanas antes do desaparecimento de Joaquim, após ter consumido cocaína. “Foi uma situação de desespero. Passando o efeito dessa substância entorpecente, e entendendo os efeitos da insulina, ele se autoaplicou 30 unidades. Para a esposa ele tinha dito que iria aplicar duas. Isso porque conhecendo os efeitos da insulina, ele acreditava que poderia se acalmar, poderia ficar mais calmo evitando a fissura, a vontade de consumir drogas cada vez mais.”
 
A justificativa, segundo o advogado, para o entendimento de Longo sobre o hormônio é que ele havia feito várias pesquisas em razão dos cuidados com Joaquim.
 
Linha de investigação e depoimentos
O promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, afirmou que a polícia e o Ministério Público continuam trabalhando com ‘a linha de que o assassino estava dentro da casa’.
 
Guilherme Longo e Natália Ponte negam envolvimento na morte de Joaquim. Entretanto, Natália revelou nos três depoimentos que prestou após a prisão que sofria agressões e ameaças por parte do marido, além dos ciúmes que Longo sentia do enteado. O padrasto nega as afirmações e diz que eles tinham apenas brigas corriqueiras.
 
Nicolino disse que a realização de uma acareação entre Natália e Longo não deve acontecer nesse momento de investigações, mas confirma que a reconstituição do que aconteceu na casa da família, na madrugada em que Joaquim desapareceu, será realizada nos próximos dias.
 
Desde o início das investigações, a Polícia Civil obteve imagens registradas por câmeras de segurança instaladas na rua onde fica a casa da família de Joaquim e próximo à casa do pai de Guilherme, Dimas Longo. Segundo o delegado, Dimas saiu de carro da casa dele, na madrugada do desaparecimento de Joaquim, e retornou algum tempo depois. As imagens ainda estão sendo analisadas pela polícia.
 
O promotor afirmou que, na semana passada, a polícia obteve um vídeo – também gravado na madrugada do sumiço do menino – que mostra um homem carregando um objeto que se parece com uma sacola grande, andando pela rua da casa da família. "Esse homem carrega um pacote, uma espécie de sacola, com as duas mãos. Momentos depois, a mesma pessoa faz o caminho de volta, porém sem o pacote em mãos", explica.
 
As imagens não foram divulgadas pela polícia, mas já foram incluídas no inquérito. A polícia aguarda ainda o resultado dos laudos toxicológicos feitos no corpo do menino.




Fonte: Do G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/4223/visualizar/