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Politica Brasil
Terça - 04 de Abril de 2017 às 17:16
Por: Por Gustavo Garcia e Mateus Rodrigues, G1 DF

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O senador Lasier Martins (PDT-RS) fala durante sessão no Senado, em Brasília, que julga se a presidente afastada Dilma Rousseff vai a julgamento no processo de impeachment (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O senador Lasier Martins (PDT-RS) fala durante sessão no Senado, em Brasília, que julga se a presidente afastada Dilma Rousseff vai a julgamento no processo de impeachment (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Sem fazer referência direta ao caso, o senador Lasier Martins (PSD-RS) subiu à tribuna do Senado Federal nesta terça-feira (4) para comentar, pela primeira vez, as acusações de violência doméstica feitas pela mulher, Janice Santos. O político classificou o tema como "problema pessoal", que deveria "ter ficado restrito a uma Vara de Família", e disse que vai "provar sua inocência" na Justiça.

A denúncia feita por Janice à Polícia Civil do Distrito Federal, com base na Lei Maria da Penha, foi remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF) porque o senador tem foro privilegiado. O processo tramita sob sigilo, relatado pelo ministro Edson Fachin. Na última quinta (30), a Polícia Civil informou ao G1 que medidas protetivas pedidas pela vítima já tinham sido deferidas.

Logo no começo do discurso, o senador afirmou aos colegas que o caso se trata "de questão pessoal, de uma questão familiar, de um conflito conjugal, de coisa de vida privada". Segundo ele, a crítica "daqueles que entendem que vida privada não é de ser trazida para a tribuna " é procedente, mas o caso seria uma exceção a esse posicionamento.

"É que, no drama pessoal a que qualquer pessoa está sujeita, há uma criança. Há uma menina de 10 anos, uma menina talentosa, cativante, muito querida, que não pode sofrer efeitos negativos, deletérios sobre o cenário que foi armado".

Em entrevista ao G1 no fim de março, Janice afirmou que a filha de 10 anos presenciou vários episódios de violência doméstica – incluindo o mais recente, no dia 23, que teria dado origem à denúncia.

Inocência

Ainda durante o pronunciamento, Lasier disse ter gratidão às mulheres, e citou as três filhas, a chefe de gabinete e a assessora de imprensa como exemplos. "Sou defensor da Lei Maria da Penha, tenho pregado a necessidade de disseminar as delegacias da mulher por esse Brasil afora", declarou.

"Agora, na medida em que sou alvo de críticas, de reportagens, vou provar a minha total inocência, mas no local exato. Não pelas redes sociais, não por entrevistas. Agora, se esses efeitos repercutem na espontaneidade de um senador, e que vêm ultrapassando os limites, recomenda-se um pronunciamento, e é o que estou fazendo".

Já ao final do discurso, e após elencar uma série de realizações do mandato como senador, Lasier pediu "paciência" – sem deixar explícito a quem se referia. "Naquilo que depender de mim, o processo judicial andará muito rápido porque eu quero ver o fim desse dilema que se transformou em um pesadelo injusto."

Entenda o caso

As denúncias da jornalista Janice Santos, mulher de Lasier Martins, foram divulgadas no último dia 30. Segundo ela, as agressões ocorriam há dois anos e meio, mas "a mais humilhante" ocorreu no dia 27, quando ela resolveu procurar a polícia.

Em nota divulgada à época, o senador negou a agressão e disse que estava "triste com o acontecimento", mas aguardava o andamento do processo judicial da separação para apresentar provas de que é inocente.

A advogada de Janice, Renata França, informou que nos últimos anos a jornalista esteve três vezes na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher no Distrito Federal, mas desistiu da denúncia e as agressões continuaram.

Janice afirmou ao G1 que as discussões mais recentes começaram na quinta-feira (23), quando ela viu uma outra mulher marcando encontro com Lasier por mensagem de celular. Fingindo ser assessora, ela teria conversado com essa mulher, que se identificou como "namorada" do senador.

Ao voltar para casa, Lasier teria negado a traição e dado um tapa no rosto de Janice – cena que, segundo a mulher, foi acompanhada pela filha menor. Alguns dias depois, a discussão foi retomada, e Janice diz ter sido ferida com um porta-joias de prata.

“Ele me dizia para ficar quieta e então, peguei o porta joias e falei ‘você não me bate mais’. Ele me empurrou e, o objeto afundou na minha mão, fazendo um corte profundo.”

Janice afirmou que, apesar do problema pessoal que tem com o marido, não quer prejudicá-lo politicamente. Ela disse acreditar que ele é um bom político e que “construiu uma linda história como líder e senador”.

O senador informou por meio de nota que as "ações e manobras da mulher são no sentido de tirar proveito em tentativa de acordo no processo judicial".





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