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Sexta - 19 de Maio de 2017 às 11:42
Por: Thaiza Assunção/Mídia News

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Aline Macedo, de 21 anos (no detalhe), foi condenado por roubo da S-10 e o assassinato do casal
Aline Macedo, de 21 anos (no detalhe), foi condenado por roubo da S-10 e o assassinato do casal

O juiz Alexandre Sócrates Mendes, da 2ª Vara Criminal e Cível de Juara (709 km ao Norte de Cuiabá), condenou a jovem Aline Maria Leonardo de Macedo, de 21 anos, a 46 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção de menores.

Aline Macedo é acusado de ser a mentora do assalto e assassinato contra o seu ex-chefe, o empresário Claudemilson Ferreira, e a esposa dele, Alessandra Scheffer. O crime ocorreu em outubro de 2015.

Na ocasião, conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), a jovem - com ajuda de outros dois menores, de 13 e 17 anos - abordou o casal no momento que eles chegavam em casa, em uma caminhonete S10 branca.

“Relatou-se que as vítimas tiveram as mãos amarradas para trás, bem como foram encapuzadas com fronhas de travesseiros e colocadas dentro do veículo, no banco de trás. Ato contínuo, a denunciada e os adolescentes empreenderam fuga sentido Juína, com a caminhonete da vítima Claudemilson", diz trecho da denúncia.

“Segundo consta, ao passarem a ponte do Rio Arinos, os adolescentes e a indiciada adentraram em uma estrada de terra e pararam próximo a um córrego. Nesta ocasião, as vítimas foram levadas pelos adolescentes até o aludido córrego, onde a vítima Claudemilson, que havia conseguido desamarrar as mãos, tentou reagir ao assalto, segurando no cano da arma de fogo, momento em que um dos adolescentes desferiu contra ela um disparo de arma de fogo, que fez com que ela largasse a arma. Ato contínuo, o adolescente, mesmo sendo dificultosa nova reação da vítima, eis que desarmada e atingida com um disparo de arma de fogo, efetuou mais dois disparos, acertando-a na cabeça e na costela, ceifando sua vida”, completa o documento.

Reprodução

Casal

O empresário Claudemilson Ferreira e a esposa Alessandra Sheffer

Ainda segundo o MPE, após atirar contra o empresário, o trio decidiu executar a esposa dele por “medo” de serem reconhecidos. Os corpos da vítimas foram jogados no córrego.

“Após executarem as vítimas, a denunciada e os adolescentes empreenderam fuga sentido cidade de Sinop/MT, parando no caminho apenas para abastecer o veículo, ocasião em que utilizaram o valor de R$ 60 subtraído do bolso da vítima Claudemilson, antes de atirarem contra ele”, diz outro trecho da denúncia.

Na fuga, no entanto, o menor que conduzia o veículo, perdeu o controle da direção. A caminhonete capotou na pista e os três ficaram feridos.

Os dois menores foram apreendidos em Sinop, dois dias após o crime. Aline Macedo só foi encontrada 23 dias depois. Ela encontra-se detida na Cadeia Feminina de Nortelândia. Um dos menores morreu durante o transcorrer do processo e outro já está solto.

"Crime brutal"

Na decisão, o juiz Alexandre Mendes classificou o crime como “brutal”, “devendo a acusada ser condenada pela prática de latrocínio e corrupção de menores”.

O juiz relatou que todas as provas do processo deixam claro que foi a jovem quem planejou tudo.

Ele citou os laudos da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec), depoimentos de delegados e testemunhas do caso e a própria declaração de Aline Macedo, que confessou o crime no Facebook.

“De maneira fria e calculista a acusada escolheu seu antigo patrão para ser a vítima, escolhendo e indicando aos menores infratores quem seria a vítima de um assalto, a hora, local e como agiriam.Combinado o assalto, a acusada levou os assaltantes até a casa da vítima, e prendeu o cão de guarda para que não atrapalhasse a empreitada criminosa", diz trecho da decisão.

“Após as vítimas serem rendidas, a acusada juntamente com Kaique, procurou até encontrar uma corda para amarrarem as vítimas, sendo que ela própria foi quem as amarrou”.

“Em momento algum a acusada intercedeu em favor das vítimas. Ao contrário, consoante afirmou o menor Willian, a acusada falou para matarem a vítima Claudemilson e preservarem a vida de Alessandra e depois relatando que como Alessandra também a teria reconhecido chegaram à conclusão que seria mais seguro ceifar a vida dos dois”.

Para o magistrado, mesmo que Aline Macedo não tenha atirado contra a vítimas, ela “participou ativamente na execução do crime”

“É irrelevante questionar quem disparou a arma, sendo certo que a acusada também contribuiu para os delitos com idêntica culpabilidade, pois sabia que os menores estavam armados, aderindo diretamente à sua conduta, em unidade de desígnios”.

“Sim, pois quem se associa a outrem com a finalidade de praticar assalto sabendo que o comparsa está armado assume o risco de responder como co-autor de latrocínio se da violência a vítima resultar morte, sendo irrelevante a circunstância de não ser o autor do disparo", pontou o magistrado.





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