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Saúde
Segunda - 19 de Junho de 2017 às 12:10
Por: Natalia Cuminale/Veja.com

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Ilustração esquemática de um pulmão humano (IStock/Getty Images)
Ilustração esquemática de um pulmão humano (IStock/Getty Images)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira uma nova frente de tratamento contra o câncer de pulmão. O Keytruda, nome comercial do pembrolizumabe, será indicado como primeira linha de tratamento para os doentes com tumores com um marcador específico.

Segundo dados apresentados recentemente durante o congresso anual da American Society of Clinical Oncology, a ASCO, 61% dos pacientes do grupo que utilizaram o pembrolizumabe permaneceram vivos aos 18 meses de tratamento, em comparação com 43% do grupo da quimioterapia. Além disso, a nova terapia reduziu em 37% o risco de morte por qualquer causa.

O tratamento não se aplica a todos os pacientes, somente para aqueles com tumores classificados como de não pequenas células – 85% dos casos. Desse total, 30% apresentam altos níveis da proteína PD-L1. É esse grupo que poderá ser beneficiado pela nova terapia.

Por ter um mecanismo de ação específico, o pembrolizumabe tem menos efeitos colaterais quando comparado à quimioterapia, mais tóxica. Em um estudo comparativo, 26,6% dos pacientes tratados com a nova terapia tiveram eventos adversos graves, enquanto os que utilizaram quimioterapia apresentaram uma taxa duas vezes maior.

O câncer de pulmão – o mais comum e o mais letal – é considerado a principal causa de morte por câncer em todo o mundo. São 30 000 novos casos todo ano no Brasil, com 24 000 mortes.

Outros tumores

Atualmente, o pembrolizumabe é utilizado no país nos cuidados com o melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele. A terapia também está sendo estudada em mais de 30 tipos de tumores.

Um estudo publicado recentemente pela revista Science demonstrou resultados surpreendentes com a mesma substância. Pacientes com tumores diferentes, de pâncreas, próstata, útero ou ósseo, apresentaram resultados satisfatórios ao serem tratados com o pembrolizumabe. É a primeira vez que um grupo tão diverso de doentes, mas com um perfil genético semelhante, se beneficia do mesmo tratamento.

Depois de tomar pembrolizumabe, os tumores dos 66 pacientes acompanhados diminuíram substancialmente e se estabilizaram, em vez de continuar a crescer. Os médicos observaram ainda que, em 18 pacientes, os tumores desapareceram e não retornaram.

Os resultados foram tão impressionantes que a FDA, agência americana que regula alimentos e medicamentos, aprovou o Keytruda para pessoas que com a mesma alteração genética.






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