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Agronegócios
Quarta - 02 de Agosto de 2017 às 16:31
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiabá

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Indicadores mostram que pode haver sustentação na valorização, inclusive no mercado futuro
Indicadores mostram que pode haver sustentação na valorização, inclusive no mercado futuro

O preço médio da arroba do boi gordo, em Mato Grosso, apresentou a primeira reação positiva, após uma série de quedas que vêm sendo registradas desde meados de março, quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca. Depois de 11 semanas consecutivas, o preço da arroba à vista registrou fechou o mês de julho cotada a R$ 114,99, em média no Estado. Na semana anterior, o preço adotado internamente ficou em R$ 114,70. Outra valorização foi no mercado futuro, com arroba sendo travada em R$ 134,22 para outubro, ante R$ 131,42 na semana anterior.

Apesar de pequena, a alta é vista como um indicativo de que o setor pode melhorar nos próximos meses. O pecuarista Marcos Jacinto, do município de Gaúcha do Norte, explica que alguns fatores podem indicar recuperação.

“Começamos a registrar aumento na procura por bezerros e animais para engorda, o que aponta que os pecuaristas estão com boa expectativa. Além disso, está diminuindo a oferta de vacas que são abatidas no período de estiagem e a tendência é que o preço da arroba aumente com a redução de animais disponíveis”.

O levantamento semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que o número de fêmeas abatidas cresceu 8,38% em relação ao primeiro semestre de 2016 e totalizou mais de 1,1 milhão de animais. A participação também atingiu a maior proporção no abate desde 2014, com 48,90% do total. Este fenômeno é consequência do descarte de animais no período de estiagem em tempo de crise.

“Sem pasto e sem perspectiva de mercado, o produtor acaba enviando a vaca gorda para o abate no intuito de reduzir custos. E foi isso que aconteceu e pressionou ainda mais a arroba”, explica Marcos Jacinto.

Outro item que apresentou ligeira recuperação foi o da escala de abates, que passou de 6,85 dias para 6,51, ou seja, diminuiu o tempo de espera para o produtor comercializar seu rebanho.

OS NOVOS 4% - O mercado ainda não soube avaliar se parte da pequena valorização possa estar atrelada à redução da alíquota de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a transferência de gado em pé a outros estados para 4%. A nova alíquota confirmada e publicada em Diário Oficial no mês passado, saiu de 7% para 4% e será válida por um prazo de 90 dias.

Até meados de julho a desvalorização da arroba no Estado, dependendo da região, chegou perto de 20% na comparação anual, cotada a R$ 107.

O setor produtivo, disse no final de junho – quando a redução foi anunciada – que o pedido dos pecuaristas era para isenção de imposto para o abate de animais em outros estados, pois a medida traria competitividade ao mercado local, minimizando os reflexos da crise.

“A pecuária é a segunda economia do Estado e, depois da delação da JBS e da Operação Carne Fraca, o Estado – que detém o maior rebanho de bovinos do país, 29 milhões de cabeças – vinha contabilizando desde março constante redução sobre a cotação da arroba”, argumentou o presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge Pires.

O presidente da Acrimat, Marco Túlio Soares, pontuou na época que mesmo sem a concessão da isenção, “a nova alíquota {4%} é um percentual que vai ajudar muito a nossa categoria e atende uma demanda da Acrimat no intuito de garantir opções de venda para os produtores do Estado e com isso valorizar a arroba com a ampliação de mercado consumidor para o boi pronto ao abate”. (Com assessoria)





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