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Segunda - 14 de Agosto de 2017 às 07:26

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arquivo pessoal
Lina Lopes não se sente uma ‘cyborg
Lina Lopes não se sente uma ‘cyborg

A integração biológica do homem com a máquina por meio da tecnologia já não é mais exercício de futurologia, e um dos principais exemplos dessa nova realidade é a popularização dos implantes corporais de biochip, dispositivo do tamanho de um grão de arroz. Por meio deles, muitas pessoas estão aposentando chaves, senhas e até cartões. Estimativas do setor calculam em mais de 700 mil o “exército” de humanos com biochips.


Neste mês, 50 funcionários da empresa norte-americana de tecnologia Three Square Market aderiram à proposta da empresa de implantar chips em seus corpos, com o objetivo de serem usados para pagar por comida na cafeteria da companhia ou como chave de acesso a departamentos e sistemas. Esse seria o primeiro caso de maiores proporções nos Estados Unidos, país que teve esse dispositivo aprovado pela FDA (a agência federal de saúde no país) em 2004.

No início deste ano, a empresa belga NewFusion, especializada em software para marketing digital, também incentivou o implante voluntário de chips em vários de seus empregados. O objetivo: facilitar o acesso a portas e computadores.

O mecanismo faz com que as pessoas praticamente tenham um cartão de crédito e um distintivo de identificação dentro da mão. “Estamos incentivando o uso dessa tecnologia para impulsionar tudo: de compras a abertura de portas, uso de copiadoras, registro em nossos computadores, desbloqueio de telefones, compartilhamento de cartões de visita, armazenamento de informações médicas e de saúde e pagamentos.

Eventualmente, essa tecnologia será padronizada, podendo ser usada como passaporte, passe para o transporte coletivo etc.”, comentou o CEO Todd Westby, em um texto publicado no site da empresa.Na opinião do filósofo e futurista Max More, o hibridismo entre máquinas e seres biológicos faz parte da evolução humana. Nessa linha, o movimento “transumanismo” defende o melhoramento do corpo humano e de suas funções por meio de intervenções tecnológicas.

Os chips em questão geralmente são implantados entre a membrana do polegar e o dedo indicador. São bem diferentes dos chips usados nos celulares. Os biochips são feitos com um envoltório cilíndrico de vidro biocompatível (Schott 8625) – próprio para implantes utilizados na medicina – e não possuem nenhum sistema de georreferenciamento (GPS) acoplado, o que impossibilita o rastreio.

Esse dispositivo funciona com a tecnologia Near Field Communication (NFC, comunicação por campo de proximidade, em tradução livre), que permite a troca de informações entre dispositivos de forma segura e sem o uso de fios, sendo necessária apenas uma aproximação física, em geral até 10 cm.

No Brasil, uma das empresas que comercializam e fazem os implantes é a Project Company, com sede em São Paulo. A companhia também vende acessórios vestíveis, como anéis e pulseiras com tecnologia NFC. Outra iniciativa são as Implant Parties (“A Festa do Implante, em tradução livre), que têm como intuito promover a difusão da tecnologia NFC. Já foram realizados mais de 50 eventos do tipo.

O ingresso para a Implant Party, no valor de R$ 299, dá direito a um chip e sua implantação, que é feita no dia do evento. “Sabemos que a quantidade de pessoas com o biochip no Brasil não deve ter chegado à casa do milhar ainda, mas deve estar próximo”, disse o CEO Antônio Henrique Danin. Ele utiliza seu implante para abrir as portas do carro, de casa e do trabalho. Para cada acesso, é necessário investir em kits de equipamentos compatíveis para a leitura do chip.

A empresária e artista Lina Lopes, 32, possui um ateliê para desenvolver o uso criativo da tecnologia e decidiu implantar dois chips, um em cada mão. “A sensação é de latejar, mas o corpo, em um mês, aceita o material e cicatriza”, diz. O primeiro foi colocado em outubro do ano passado. “Implantei por curiosidade, para ver o que dava para fazer. Hoje funciona como meu cartão de visita: quando aproximo a mão dos celulares, o chip faz abrir o meu portifólio digital”, conta.

Já o segundo, colocado em abril deste ano, foi inserido com foco em um projeto específico. Lina explica que está desenvolvendo um instrumento para ser tocado utilizando-se o chip. “Resolvi colocar um segundo chip para me dar mais possibilidades de performance. O teremim é um instrumento musical tocado colocando-se as mãos sobre ele (sem encostar nele), e aí você vai modificado o campo eletromagnético em volta e produzindo os sons”, explica.





Fonte: DE O TEMPO

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