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Quarta - 13 de Setembro de 2017 às 20:56
Por: Folha Max

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eis inquéritos sobre as interceptações telefônicas ilegais contra cidadãos comuns, que não eram suspeitos de crimes, tramitam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). Juízes, membros do Ministério Público Estadual (MP-MT), civis e militares estão entre os suspeitos.

A informação é do desembargador Orlando Perri e foi passada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) durante o trâmite processual do habeas corpus do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, que é suspeito de mandar grampear uma amante.

Perri afirmou que os inquéritos apuram “crimes de participação de magistrado nas quebras telefônicas”, “participação de membros do Ministério Público Estadual”, “crimes militares”, “crimes de interceptação telefônica ilegal e denunciação caluniosa”, “escutas clandestinas ocorridas em 2016, nas eleições de Lucas do Rio Verde”, além de “crimes comuns praticados por militares civis”.

Os grampos ilegais da PM tornaram-se públicos após a veiculação de duas reportagens do Fantástico. Jornalistas, médicos, advogados, políticos e até uma ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, sofreram interceptações telefônicas clandestinas que teriam sido feitas por policiais militares. O caso é conhecido como “barriga de aluguel”, onde pessoas que não são investigadas ou denunciadas sofrem os grampos, por interesses pessoais, ao lado dos verdadeiros suspeitos de processos na Justiça ou investigações das forças de segurança.

O promotor de Justiça Mauro Zaque realizou a denúncia de que uma central clandestina de interceptações telefônicas ilegais, operada pela Polícia Militar, estaria em atividade no Estado de Mato Grosso. Zaque fez acusação em outubro de 2015, quando ocupava o cargo de Secretário de Estado de Segurança Pública.

No âmbito estadual, ele oficializou duas queixas sobre a existência dos grampos: uma no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que arquivou o caso, e outra diretamente na Casa Civil, que “sumiu”.

Dois coronéis da PM, Evandro Lesco e Ronelson Barros, fariam parte de uma central clandestina de inteligência da Polícia Militar que teria sido idealizada pelo ex-Comandante da Corporação em Mato Grosso, o também coronel Zaqueu Barbosa, além do cabo Gerson Correa Junior. De acordo com o desembargador Orlando Perri, relator no TJ-MT da ação que apura o esquema de interceptações ilegais no Estado, o Núcleo de Inteligência (NI) entrou em operação no ano de 2014.

Além dos policiais militares, Paulo Taques teria agido pessoalmente no caso.

Durante um depoimento à Corregedoria-Geral da Polícia Judiciária Civil (PJC), a delegada Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino, ex-Secretaria Adjunta de Inteligência de Segurança Pública (Sesp-MT), afirmou que o próprio Paulo Taques pediu que sua ex-amante fosse grampeada porque desconfiava que ela queria prejudicar o governador, e ele próprio, colocando-os numa situação constrangedora, como “fotografá-los nus com outros homens na cama”. Assim, Tatiane foi alvo de um inquérito na própria PJC mas que foi arquivado por falta de provas.





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