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Repórter News - reporternews.com.br
Agronegócios
Sexta - 29 de Dezembro de 2017 às 06:55
Por: Portal do Agronegócio

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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, tem como prioridade para 2018 abrir novos mercados para os produtos brasileiros. Ao longo de 2017, o ministro e o secretário-executivo Eumar Novacki viajaram pelo mundo inteiro prospectando negócios e reafirmando a qualidade da produção nacional. Seu parceiro mais frequente nas viagens era o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, que desperta interesse no exterior pelos avanços que a empresa proporcionou aos produtores rurais nos últimos anos e que levaram o país à sexta posição no mercado mundial de alimentos.

Blairo concedeu a entrevista na última terça (19), quando condecorou ex-ministros da pasta com a Medalha Mérito Apolônio Sales e criou o Conselho Consultivo da Agropecuária do Brasil (Consab). No evento, em que reinaugurou auditórios depredados em maio, homenageou servidores e distribuiu prêmios de atuação, inovação e boas práticas.

Sobre a estratégia de ampliar a participação no mercado mundial de alimentos, Maggi disse ser importante o Brasil ter uma política maior de abertura ao setor externo. “Para vendermos, além dos arranjos resolvidos, da negociação dos certificados sanitários, o país precisa estar pronto para importar também, para tornar mais equilibrada a balança comercial. Exportamos 85 bilhões de dólares e importamos 10 bilhões de dólares”.

O ativo ambiental do país, conforme explicou o ministro, é um elemento importantíssimo para ser colocado à mesa com os parceiros de outros países.

Meio Ambiente

Informações de satélite da Embrapa mostram a preservação de mais de 66% do território nacional com vegetação nativa. Tudo preservado na forma original de quando Cabral chegou ao Brasil. Nenhum país no mundo tem a agricultura tão sustentável como a brasileira. "Isso nos torna competitivos. Temos que corrigir o discurso de quem ataca nossa agricultura e, isso, com base em números incontestáveis", diz Blairo.

Supersafra

O produtor sabe que em ano de grandes safras, os preços ficam mais baixos. Faz parte da atividade e, por isso, em determinados momentos a política agrícola tem que entrar em ação. Quando os preços caem muito, é preciso dar sustentação. Isso não significa proteger o aspecto financeiro do agricultor, mas proteger a agricultura porque o produtor que quebra, no ano seguinte ele não estará no mercado, consequentemente vai faltar mercadoria.

Política agrícola é isso: interferir quando o preço está muito baixo para haver equilíbrio e para que os consumidores não tenham problemas.

"O ano foi difícil, de muitas incertezas, mas, sem dúvida nenhuma, estamos mais fortes do que antes. Estamos terminando o ano com volume maior de exportação e também em recursos financeiros, 13% a mais em volume de vendas e 9% em faturamento."

Frigoríficos

O ministro diz que não há como apontar prejuízo em função da operação realizada em frigoríficos no mês de março. Foi um grande susto, mas também trouxe alertas. "Na verdade, foi uma operação muito mais folclórica, midiática. Mas, a partir dali, fizemos mudanças para aumentar a confiança dos importadores e consumidores no nosso serviço de fiscalização. Demos segurança no sentido de evitar interferência política em todos os procedimentos e estamos criando um novo sistema de inspeção, mais moderno. Por isso, digo que o Brasil vai sair mais forte ainda. Foi uma coisa que não deveria ter acontecido, mas as lições ficaram. Sempre digo que do limão sempre se faz limonada."

País sem aftosa

Ao final de 2017 o Brasil está sendo declarado livre de febre aftosa com vacinação. E se caminha para até 2023 retirar a vacina e transformar o plantel brasileiro livre de aftosa sem vacinação. "Até lá, vamos avançar e fazer o enfrentamento. O Ministério da Agricultura está muito seguro do que está propondo e nós vamos seguir em frente."

Estados Unidos e Rússia

O país demorou 17 anos para abrir o mercado nos EUA e, quando conseguiu, plantas frigoríficas tiveram problemas. Trata-se de um mercado exigente e país faz todo o retrabalho para voltar dentro de muito pouco tempo. "Penso que nos primeiros meses do ano será possível reverter isso. Também houve a taxação do álcool deles e isso contribui para sensibilizar a relação comercial."

"Estamos renegociando com a Rússia a reabertura do mercado de carnes. Eles sempre reclamaram maior participação de venda de produtos agrícolas aqui no Brasil como trigo, peixes e carnes também. Esperamos que em janeiro, fevereiro, a gente volte a todo vapor vendendo para a Rússia."

Sobre a importação de leite uruguaio, o ministro diz que o Brasil é produto das escolhas do passado. Estão previstas entre os países do Mercosul todas as condições de negociação, entre seus membros, com ou sem custos. O Ministério da

Agricultura e nenhum dos ministérios têm capacidade de simplesmente trancar tudo e não deixar que o fluxo de comércio aconteça. "Nós tomamos algumas ações que achávamos que deviam ser tomadas. Temos, então, que trabalhar permanentemente nas políticas internas.

Falei com o ministro Henrique Meireles (Fazenda), há poucos dias, e expliquei que, quando nós agricultores temos que competir com custos diferentes, criam-se dificuldades. Nossa carga tributária, sobretudo de insumos, é um diferencial. E precisamos concorrer de igual para igual."





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