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Politica MT
Segunda - 15 de Janeiro de 2018 às 08:18
Por: Leonardo Heitor/folhamax

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Acusado pela oposição de sempre acusar o ex-governador Silval Barbosa pela atual situação financeira de Mato Grosso, o governador Pedro Taques encontra respaldo em alguns números. De acordo com dados disponíveis no Portal Mira Cidadão, da Controladoria Geral do Estado (CGE), as seis maiores dívidas pagas pelo Estado em 2017 são heranças do ex-governador.

Ao todo, o Governo pagou em 2017, R$ 752.460.720,00 como despesa principal da dívida. Destes, pouco mais de R$ 117 milhões não foram contraídas na gestão de Silval Barbosa.

Com as seis dívidas contraídas na gestão passada, em 2017, o Governo pagou um montante de R$ 635.142.701. A maior delas, que teve R$ 161 milhões pagos no ano passado, é relativa ao pagamento do Programa de Financiamento das Contrapartidas do Programa de Aceleração do Crescimento (CPAC), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O dinheiro foi usado para as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Dois pagamentos feitos ao BNDES, relativos ao MT Integrado, de R$ 156 milhões e R$ 104 milhões, ocupam a segunda e quarta colocações no ranking de maiores dívidas pagas em 2017. Na terceira posição, está o pagamento do empréstimo junto ao Bank of América, num montante de R$ 154 milhões.

Na quinta colocação, o banco americano volta a aparecer. O Estado pagou, somente em encargos relativos ao empréstimo, R$ 57,9 milhões. A sexta posição fica com o pagamento de um dos contratos relativos a Arena Pantanal, no valor de R$ 53 milhões.

Para efeito de comparação, os R$ 635 milhões pagos em dívidas herdadas pelo atual governo relacionado a gestão de Silval Barbosa, seria possível quitar toda a folha de pagamento do mês de dezembro e ainda sobrariam R$ 100 milhões.

Nos últimos meses, o Estado tem enfrentado dificuldades em pagar os salários dos servidores, recorrendo a escalonamentos, que eram quitados após o dia 10.

DESVIOS

Além de representarem boa parte da dívida do Estado, boa parte do endividamento foi usado para desvios de recursos. O ex-governador Silval Barbosa admitiu, em seu acordo de colaboração premiada, que boa parte dos recursos relativos ao MT Integrado e as obras da Copa do Mundo, foram desviados em esquemas de corrupção.

Por exemplo, o ex-governador contou que parte dos recursos das obras do MT Integrado foram usadas para pagamento de "mensalinho" aos deputados estaduais. Já na obras da Arena, admitiu recebimento de propina de 3% do montante executado, sendo que parte beneficiou o deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB).

Já a propina do VLT rendeu propina de R$ 18 milhões ao grupo político do ex-governador. As fraudes relacionadas a obra resultaram na "Operação Descarrilho".

CENÁRIO MELHOR

Para 2018, o governo terá um fôlego maior. É que a dívida com o BNDES relativa ao VLT foi suspensa, após um acordo entre o Estado e a Caixa Econômica Federal. Com isso, o Estado terá carência de mais quatro anos - até 2022 -, a partir de fevereiro do ano que vem para pagar juros e multas das parcelas da dívida renegociada.

Ainda de acordo com o documento, após 2022, Mato Grosso terá mais 72 meses para retomar o pagamento do empréstimo do VLT, após o término da carência para juros e multas. Com isso, o Estado economizará cerca de R$ 300 milhões só em relação ao VLT.

O Governo ainda admitiu renegociar a dívida dolarizada com o Bank Of America. Uma das possibilidades é colocar uma "trava" para evitar que a alta da moeda americana aumente significativamente a dívida, como ocorreu com o acordo firmado na gestão de Silval Barbosa.





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