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Comportamento
Domingo - 04 de Fevereiro de 2018 às 17:30
Por: Vitória Lopes/olhardireto

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Todos os dias, Rosinha Alves acorda cedo pra se preparar para os compromissos marcados ao longo do dia. Duas vezes por semana, dirige seu Fusca 95 e vai à hidroginástica e trabalha na Ordem Rosa Cruz. Nos outros dias, dedica-se a ensinar Yoga gratuitamente por duas horas, onde exibe para suas alunas invejável flexibilidade. O que distingue essa rotina das demais pessoas, é que Rosinha, na verdade, é uma aposentada de 82 anos, com vitalidade e força deslumbrante.

Mestre iogue há pelo menos 40 anos, Dona Rosinha, como é chamada no Centro de Convivência de Idosos (CCI) do Bairro Altos do Coxipó, parece ir contra o que o escritor colombiano Gabriel García Marquez escreveu sobre a velhice, ou pelo menos, tem uma nova interpretação de que “o segredo de uma velhice agr

Professora e funcionária aposentada do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o primeiro contato dela com a atividade foi durante um curso em Brasília, por volta dos 40 anos.

Desde então, ela encontrou no CCI há sete anos o propósito de seus dias no ensinamento da hata-ioga, ramo próprio para idosos praticarem.

“Pertenço à uma filosofia de vida que chama Rosa Cruz. Então temos o compromisso de fazer o bem para a humanidade, não importa como. E eu achei isso aqui [as aulas gratuitas] um meio de fazer isso. Aposentei, não estou mais trabalhando, eu tinha que ser útil a humanidade”, disse.

A yoga é uma atividade milenar, que busca harmonizar o corpo com a mente e a respiração, através de técnicas de respiração (pranayamas), posturas de yoga (ásanas, que imitam “animais”) e meditação. Além disso, é uma filosofia de vida que qualquer pessoa, de todas as idades, podem praticar.

adável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão”.

“É bom pra mente, pro corpo e pra alma. Pro espírito. Eu pego as meninas e as coloco para relaxar, porque às vezes elas vem de longe, andando no calor. Após o relaxamento, faço os músculos acordarem e depois começamos o trabalho propriamente dito”, explica Rosinha sobre como funciona sua aula, que chega a durar duas horas, com pausa para confraternização. “Trabalhamos o social também, a comunicação e o entrosamento vão melhorando”.

A mestre iogue aponta a importância da prática para a saúde mental também, uma vez que muitas de suas alunas são viúvas ou a procuram por passarem por problemas de saúde e pessoais. Poucos homens frequentam as aulas, justamente pelo fator já comprovado de que eles não tem os devidos cuidados com a saúde.

“As pessoas tem problemas existenciais, diabetes, derrame, pressão alta, um monte de coisa... Aí vem pra cá e melhora a pressão, melhora o equilíbrio. Tem uma menina ali que não tem nem 60 anos, porque na verdade é pra aceitar só gente com 60, mas aqui tenho pessoas com 52, 56... Porque necessitam de uma assistência”.

Dona Rosinha, por exemplo, compartilha que sofreu um acidente de carro, e garante que foi por meio da yoga que se recuperou. “Agora mesmo eu estava mostrando os chacras, onde que eles comandam, porque as pessoas que fazem yoga tem um equilíbrio mental. Eu bati meu carro e quebrei o joelho, tem um ano e pouco. E não tomei nenhum remédio, não fiz nenhuma fisioterapia, injeção... Nada! E estou boa, só com yoga”, conta.

Nos colchonetes espalhados e com um mantra tocando, ela chega a atender até 50 alunos, nas terças e sexta-feiras, gratuitamente. O CCI também oferece aulas de hidroginástica e outras atividades.





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