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Domingo - 18 de Fevereiro de 2018 às 23:02
Por: G1

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A réplica de um veículo de luxo colocada à venda por um pastor evangélico em Guarujá, no litoral de São Paulo, está com emplacamento de um Chevette ano 1983/1984, avaliado em R$ 4 mil pela tabela Fipe. O automóvel foi exposto durante um evento que, segundo a prefeitura, foi forjado para parecer uma atividade de cunho religioso.

A ação ocorreu durante o carnaval, na Praia de Pernambuco. No local, o pastor Gustavo Reis, da Igreja Luzz, montou uma tenda com equipamentos de som e cartazes, além do "novo" automóvel, denominado "Thunder". Por ser considerado ilegal, os fiscais da prefeitura determinaram a suspensão do evento e a apreensão dos bens no local.

O automóvel, entretanto, não foi recolhido ao pátio municipal, pois Gustavo o guardou momentos antes, no terreno que possui nas proximidades de onde montou a tenda, na Rua das Acácias. Ali, ainda segundo a prefeitura, ele mantém uma pousada e uma área para realizar eventos da igreja, da qual se diz fundador.

Em consulta ao Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), o G1 verificou que o emplacamento do veículo "de luxo" vendido pelo pastor corresponde ao automóvel da década de 1980. Os dados estão registrados em Santo André, cidade da Região do Grande ABC paulista, já no planalto do estado.

O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran) informou que qualquer modificação, seja estética ou estrutural, realizada em um veículo, deve ser passível de autorização prévia do órgão. Isto é, somente pode ocorrer depois que forem formalizadas as mudanças e, em seguida, ocorrer o aval formal.

O G1 apurou que o emplacamento do carro "Thunder", entretanto, permanece correspondente a um Chevette tradicional de coloração verde. Nas imagens divulgadas na ocasião do lançamento do veículo, assim como nos anúncios de venda, o automóvel aparece com as cores preta e vermelha, e conversível.

Segundo o Artigo 123 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), divulgado pelo Detran, em caso de modificações, é obrigatória a expedição de um novo Certificado de Registro de Veículo (CRV) quando for alterada qualquer característica. Em caso de irregularidades, o proprietário e o condutor estão sujeitos a multa e apreensão do carro.

O valor de venda do automóvel, considerado réplica de um carro de luxo, não foi informado pelo pastor. No site do veículo, ele é descrito como "o carro do ano, o esportivo do momento". O G1 tentou por diversas vezes contato com Gustavo, denominado diretor regional da marca, na sexta-feira (16), mas ele não atendeu aos telefonemas.

Antes de realizar o evento desmontado por fiscais da prefeitura, o pastor Gustavo solicitou autorização à administração municipal. "Objetivo: reunir cristãos da cidade de Guarujá para comunhão e propagação do evangelho de Cristo Jesus aos moradores e turistas, através do evangelismo e culto", escreveu no ofício.

A Secretaria de Cultura da cidade, entretanto, não autorizou a realização da atividade, por entender que não se tratava de uma ação de cunho religioso. Mesmo assim, uma força-tarefa montada pela prefeitura, com o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, monitorou a divulgação da ação nas redes sociais.

No dia e local anunciados, o pastor montou e realizou o evento. A equipe da prefeitura foi ao local pela manhã e o intimou a desmontar toda a estrutura erguida. "Entretanto, como insistiu, mesmo sendo notificado a não fazer, a prefeitura apreendeu os equipamentos à tarde", afirmou a administração, em nota oficial.o entendimento da equipe de fiscalização, o pastor forjou uma ação religiosa para promover o lançamento e venda da réplica de um veículo conversível de alto padrão. Ao desobedecer a ordem que o proibia de realizá-lo e, depois, de desmontá-lo, a força-tarefa decidiu apreender os materiais que foram expostos.

Para o pastor Gustavo, o evento foi "mal interpretado" pela municipalidade. "A culpa não é de um indivíduo, é de um sistema, da falta de comunicação. E isso o Anticristo, o Satanás utiliza de todas as maneiras para colocar as pessoas umas contra as outras", disse, ao informar que a intenção era distribuir livros às pessoas.





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