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Comportamento
Terça - 20 de Fevereiro de 2018 às 10:51
Por: Thaiza Assunção e Lucas Rodrigues/Midia News

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O sargento João Soler, que presta depoimento nesta terça-feira em Cuiabá
O sargento João Soler, que presta depoimento nesta terça-feira em Cuiabá

O sargento da Polícia Militar João Ricardo Soler presta depoimento na manhã desta terça-feira (20) na ação penal que apura os crimes cometidos por militares no esquema de escutas clandestinas que operou no Estado.

A oitiva ocorre na 11ª Vara Militar de Cuiabá e é conduzida pelo juiz Murilo Mesquita.

Conforme as investigações, Ricardo Soler atuou em um grupo paralelo que visa atrapalhar a apuração do esquema.

Ele foi o responsável por implantar um equipamento de espionagem na farda do coronel José Soares, que visava gravar o desembargador Orlando Perri em alguma situação que pudesse levá-lo a ser declarado suspeito para conduzir o caso.

São réus do esquema o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa; os coronéis Evandro Alexandre Lesco e Ronelson Barros, ex-chefe e ex-adjunto da Casa Militar, respectivamente; o coronel Januário Batista; e o cabo Gérson Correa Júnior. Dos cinco, apenas Gérson continua preso.

Confira a audiência em tempo real:

Números para interceptar (atualizada às 10h23)

João Soler disse que trabalhava no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e, em 2015, foi chamado pelo coronel Ronelson Barros para atuar na Casa Militar.

"Em fevereiro de 2015 eu estava em Sinop e o coronel Lesco me pediu para ir a promotoria da cidade. Lá, o promotor me falou do estudante que foi morto e roubaram a caminhonete [Eric Severo] e que já tinha dito que havia falado com o secretário de Segurança e o coronel Zaqueu para interceptar alguns envolvidos no crime".

"Eu disse para o promotor que não estava mais trabalhando no Gaeco, mas que poderia ajudar de alguma forma, e ele me passou alguns números".

"No outro dia o promotor me ligou e me entregou um envelope com uma decisão da Justiça. Eu entreguei para o cabo Gerson e essa decisão me autorizava a escutar as pessoas interceptadas. Eu me recordo de ter ouvido presidiários que estavam envolvidos no latrocínio. Não acessei todos os números, pois deixei claro que não tinha disponibilidade de tempo".

Sargento chora e cita constragimento (atualizada às 10h45)

Soler negou que tenha escutado alguém fora da investigação do latrocínio de Eric Severo e citou ter sofrido constrangmento após a divulgação do escândalo".

"Cheguei a sofrer constrangimento indireto e velado em alguns grupos de WhatsApp de PM. Os colegas debochavam e perguntavam quanto eu cobrava para grampear".

O sargento começou a chorar e disse que teve a imagem manchada por conta do episódio.





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