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Esportes
Sábado - 24 de Fevereiro de 2018 às 20:18
Por: Globo

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Pode-se atribuir diversas dimensões a um clássico. Quando ele é válido pelo Campeonato Estadual, a importância dada por cada clube parece estar atrelada ao que se vive, na verdade, fora dele. Por isso, o Fluminense entrou em campo, na Arena Pantanal, com força máxima. Já o Flamengo, de olho no confronto com o River Plate, pela Libertadores, na quarta-feira, poupou seus titulares neste sábado. Definir prioridades é do jogo, assumir as suas consequências também. Desfigurado, o rubro-negro foi facilmente goleado pelo rival, que aplicou um 4 a 0 sem dificuldades.

Bastou pouco mais de um minuto para que o torcedor tivesse uma prévia do que viria pela frente: a precisão do ataque tricolor em sobreposição ao caos do sistema defensivo rubro-negro. Rômulo, principalmente, e Léo Duarte falharam em cortar o lançamento de Sornoza, que encontrou Marcos Júnior livre para abrir o placar. Aos 17, foi a vez de Pedro aproveitar a bola que pingava na área após escanteio para ampliar. E, antes do intervalo, Diego Alves deu rebote para Gilberto fazer o terceiro.

Não foi imediato, como raramente o é, mas o Fluminense começa a responder à insistência do técnico Abel Braga em um modelo de jogo hoje pouco praticado no futebol brasileiro, estruturado a partir de três zagueiros, com transições rápidas.

O rubro-negro, por sua vez, parece ter se esquecido das ideias que Paulo César Carpegiani tenta implementar. Se costuma mandar a campo uma linha de quatro meias (Diego, Everton Ribeiro, Paquetá e Everton) com forte aproximação da área, o técnico decidiu, neste sábado, estruturar o seu setor meio-campo com Rômulo e Ronaldo à frente de Cuéllar. O que se viu foi assustadora lentidão e o desespero para lançar bolas a fim de que Vinicius Junior tentasse encontrar uma luz no fim do túnel.

Na saída para o intervalo, Leo Duarte cobrou maior comprometimento na marcação e uma postura diferente na segunda etapa. E Carpegiani até tentou, sem muita criatividade, injetar novo ânimo, com Jean Lucas na vaga de Rômulo e Geuvânio no lugar de Marlos Moreno. Mas o panorama não mudou. Aos 10, Gilberto cruzou para Marcos Junior finalizar de cabeça e não deixar dúvidas: era goleada.

Foi louvável a postura do time tricolor, que não se satisfez com o placar construído facilmente e aproveitou para atropelar um adversário de tantas fragilidades — uma boa maneira de encerrar um jejum incômodo. Desde junho de 2016, o Fluminense não vencia o Flamengo. Nesse período, foram nove encontros, oito apenas na temporada passada. Apesar de ter conquistado a Taça Guanabara graças a um empate, o Tricolor estava engasgado com o revés na decisão do Carioca e com a eliminação na Sul-Americana.

E o estrago poderia ter sido maior, não fossem as intervenções de Diego Alves. É verdade que o goleiro demonstrou certa falta de ritmo. Mas cresceu ao longo dos 90 minutos e, aos 31 da etapa final, fez duas grandes defesas para segurar o 4 a 0.

Pouco deverá mudar do ponto de vista do rubro-negro, que terá outras caras diante do River. Já para o Tricolor, vale o alento: há onde se apegar para acreditar em um ano mais feliz.






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