CONDENADO
Em discurso, Lula critica Moro e diz que vai se entregar à PF Ex-presidente falou para simpatizantes, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Em um discurso na manhã deste sábado (7), em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Lula fez críticas ao juiz federal Sérgio Moro, que o condenou, e anunciou que vai se entregar à Polícia Federal.
Lula está condenado a 12 anos de prisão e teve um habeas corpus preventivo negado pelo Supremo Tribunal Federal, o que abriu caminho para sua prisão. Na quinta-feira (5), ele teve a prisão decretada por Sérgio Moro, da Vara Federal de Curitiba.
"Vou atender o mandado de prisão deles", disse Lula. "Vou atender porque eu quero fazer a transferência de responsabilidade. Eles acham que tudo o que acontece nesse País acontece por minha causa", afirmou para um publico de milhares de simpatizantes.Em seu discurso, Lula disse ainda que não perdoa Moro por ter "passado para a sociedade” a ideia de que ele é “um ladrão”. "Nenhum deles [Moro e Ministério Público] têm coragem ou dorme com a consciência tranquila, da honestidade, da inocência, que eu durmo", declarou.
O ex-presidente afirmou que vai se entregar à Justiça, mas não vai desistir de provar sua inocência. "Eu vou, se não vão dizer que Lula está foragido. Vou lá para saberem que não tenho medo e que vou provar minha inocência", afirmou.
Ainda no discurso, o ex-presidente se defendeu das acusações contra ele. "Sou único ser humano processado por um apartamento que não é meu", disse Lula, em referência ao tríplex no Guarujá. O caso levou o ex-presidente a ser condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos de prisão, sentença que foi elevada para 12 pelo Tribunal Regional Federal.
Ao final do discurso, o ex-presidente deixou o local carregado por militantes petistas.
Derrotas
Mais cedo, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) já havia negado novo pedido apresentado pela defesa para evitar a prisão do ex-presidente.
Com a decisão, fica mantida a ordem de prisão decretada na última quinta (5) pelo juiz Sergio Moro, a ser cumprida pela Polícia Federal.
Nesta sexta, o ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também negou um pedido de Lula para evitar a prisão.
Na decisão liminar (provisória), o ministro disse que a defesa não provou que ainda tinha prazo para recorrer da condenação em segunda instância.
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