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Quinta - 10 de Maio de 2018 às 10:46
Por: Diego Frederici/Folhamax

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O ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e do advogado João Bosco Ribeiro de Barros Junior renunciaram a defesa do deputado estadual Mauro Savi (DEM) que vinham fazendo nas investigações relacionadas a "Operação Bereré". Savi ficará em silêncio durante seu depoimento que ocorre na manhã desta quinta-feira no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Savi e Taques foram preso ontem após deflagração da operação “Bônus”, a 2ª fase da “Bereré”, que apura um esquema de lavagem de dinheiro no Detran que causou prejuízos de mais de R$ 30 milhões aos cofres públicos mato-grossenses. O deputado passa a ser representado pelo escritório do advogado Paulo Fabrinny Medeiros.

Ele ainda vai tomar conhecimento das acusações contra o parlamentar antes de definir a estratégia de defesa e por isso o orientou a ficar em silêncio neste primeiro depoimento. Savi era representado por Paulo Taques, que também foi preso na operação e é apontado como o “fiador” do esquema na gestão Pedro Taques (PSDB).

De acordo com as investigações da operação “Bereré”, as fraudes começaram ainda na gestão Blairo Maggi, em 2009. Segundo as investigações, Mauro Savi era um dos líderes de um esquema que envolveu empresários e políticos notórios no Estado.

A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), que deflagrou ambas as operações, narra desvios promovidos por uma empresa (EIG Mercados) que prestava serviços ao Detran no registro de financiamento de veículos em alienação fiduciária, além de uma outra organização (Santos Treinamento) que lavava o dinheiro desviado. O inquérito aponta que a EIG Mercados – que no início dos desvios, em 2009, chamava-se FDL Serviços -, repassava em torno de R$ 500 mil de verbas obtidas pelo serviço que presta ao Detran de Mato Grosso por meio da Santos Treinamento.

A empresa era uma espécie de “sócia oculta” nos trabalhos realizados ao departamento estadual. O dinheiro chegava a políticos notórios do Estado - como o ex-governador Silval Barbosa, o deputado estadual Mauro Savi, além do ex-deputado federal Pedro Henry -, por meio de depósitos bancários e pagamentos em cheques promovidos pelos sócios da Santos Treinamento, como Claudemir Pereira, também conhecido como “Grilo”.

Além de Mauro Savi e Paulo Taques, também foram presos na última quarta-feira os sócios da Santos Treinamento, Claudemir Pereira dos Santos e Roque Anildo Reinheimer, o ex-CEO da EIG Mercados, Valter José Kobori, e o irmão de Taques, também advogado Pedro Jorge Zamar Taques. Devem ainda prestar depoimento nesta quinta-feira o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e os empresários Claudemir Pereira dos Santos e José Kobori.

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), Eduardo Botelho (DEM), não foi alvo da operação “Bônus”, mas deve ser ouvido pelo Gaeco na próxima sexta-feira (11) em razão de também já ter sido sócio da Santos Treinamento entre setembro de 2010 e abril de 2013. Por meio de nota, a assessoria do deputado afirmou que teve acesso ao processo apenas na tarde de ontem e, por conta disso, se manifestará apenas nos autos. "Ressaltamos ainda que o parlamentar sempre se manteve a disposição para colaborar com a Justiça e esclarecer os fatos que ora lhe são imputados", diz a nota.

NOTA PÚBLICA

A assessoria jurídica do deputado estadual Mauro Savi informa que somente no final da tarde de quarta feira (9) conseguiu ter acesso à íntegra dos autos da investigação.

Por conta disso, qualquer manifestação será feita somente nos autos do processo após minuciosa análise.

Ressaltamos ainda que o parlamentar sempre se manteve a disposição para colaborar com a Justiça e esclarecer os fatos que ora lhe são imputados.

O deputado Mauro Savi confia plenamente na capacidade e imparcialidade das autoridades policiais e do Judiciário mato-grossente e tem a plena convicção de que, assegurado o seu direito de ampla defesa e contraditório, provará sua inocência.





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