Ideologia no Ministério do Meio Ambiente torna o país insustentável, critica Galvan

Defensor assíduo do neoliberalismo econômico, cuja proposta de Estado não atrapalhe as estratégias do agronegócio, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antônio Galvan, diz acreditar que uma fusão dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Meio Ambiente (MMA) é uma medida viável.

A proposta foi defendida com veemência pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que depois de lançar a ideia agora aposta em um meio termo, após ter recebido manifestação contrária de parte do setor do agronegócio que discorda da ideia.

“Essa é uma questão a se pensar. Mas o que é mais importante a ser debatido neste sentido é retirar a ideologia do Meio Ambiente. Porque o que se prega lá dentro, não tem país que se sustente. Juntos ou separados os ministérios, a ideologia tem que acabar”.

Galvan explica que não tem sentido que os órgãos como MMA e a Fundação Nacional do Índio (Funai), queiram tirar produtores rurais de áreas produtivas há 100 anos para transformar em reservas indígenas. “Será que é realmente falta de terra o problema dos indígenas ocupando 14% do território nacional? Ou essa é uma ideologia para atrapalhar o setor econômico?”.

O presidente da Aprosoja afirma que outros órgãos estatais como

“Será que querem que deixe a propriedade exposta para o ladrão entrar?”

Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) ou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) – que é ligado ao MMA – estariam sendo aparelhados por correntes ideológicas para atrapalhar os setores econômicos.

“O porquê querem atrapalhar eu não sei. Como recentemente o Ministério do Trabalho foi na fazenda de um amigo pedir para saber se o funcionário tinha curso de porteiro. Chegaram a um absurdo desse de exigir que alguém tenha curso para abrir ou fechar uma porteira. Será que querem que deixe a propriedade exposta para o ladrão entrar? São questões ridículas que deixam indignados qualquer cidadão”, rechaça.

Galvan defende que a produção de alimento deve ser prioritária no país. “Quanto maior oferta de alimentos, mais barato ficará para o consumidor final lá nas gôndolas do mercado. Ou as pessoas acham que o leite se dá dentro da caixa, ou o óleo de soja já vem dentro da lata?”.

O produtor rural defende que o MMA possa se transformar em uma secretaria especial vinculada ao Mapa. “Como o Bolsonaro tem a proposta de reduzir para 15 ministérios, alguns vão ter que deixar o status de ministério”. Durante o governo do presidente Michel Temer (MDB) são mantidos 29 ministérios.