Reformulação
Wilson defende refundação do PSDB e diz que sigla está fadada a desaparecer caso não assuma erros
Considerado tucano histórico, o deputado estadual reeleito Wilson Santos defende que o PSDB seja refundado após a derrota fragorosa sofrida nas eleições deste ano em âmbito estadual e nacional. Afirma que caso insista em cometer os mesmos erros, a sigla está fadada ao desaparecimento.
“Reconheço que o PSDB foi o grande derrotado neste país. O partido precisa ir urgentemente para o divã. Depois de lamber suas feridas, precisa reunir-se com debates profundos e sinceros. Fazer uma avaliação verdadeira e honesta, redefinir rotas, redefinir bandeiras, modos de atuação, ouvir mais a sociedade, aprender com os erros e fazer a mea culpa pública se quiser continuar existindo”, declarou Wilson em entrevista ao .
Ocorre que o presidenciável tucano Geraldo Alckmin ficou em quarto lugar com apenas 4,76% dos votos. Em âmbito estadual, o governador Pedro Taques tentou a reeleição e acabou como terceiro colocado e o deputado federal Nilson Leitão, que disputou o Senado, amargou a quinta colocação entre 11 candidatos. O PSDB mato-grossense também ficou sem representação na Câmara dos Deputados e reduziu sua bancada na Assembleia.
“O PSDB precisa assumir os erros e recomeçar da estaca zero, ser refundado”
Apesar da avaliação realista, Wilson se coloca a disposição para contribuir com a reconstrução do PSDB. Além disso, acredita que o resultado das urnas garante boa perspectiva mesmo com a diminuição do tamanho do partido.
Isso porque o PSDB elegeu 30 deputados federais e quatro senadores. Também pode ganhar em segundo turno o Governo de estados importantes como São Paulo e Rio Grande do Sul.
“O PSDB vai continuar presente na vida nacional, não com toda influencia e poderio de antes. Se o partido quiser sobreviver é preciso ir ao divã, assumir os erros e recomeçar da estaca zero. O PSDB precisa ser refundado”, concluiu.
Mea culpa
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), ex-presidente nacional do PSDB e presidente da Fundação Teotônio Vilela, braço teórico do partido, reconheceu o que classifica de erros memoráveis cometidos nos últimos anos. Entre eles, o questionamento do resultado das eleições de 2014, quando Aécio Neves (PSDB) foi derrotado por Dilma Rousseff (PT) em segundo turno e a aprovação das pautas bomba no Congresso para inviabilizar a gestão da petista que sofreu impeachment em 2016.
"O partido cometeu um conjunto de erros memoráveis. O primeiro foi questionar o resultado eleitoral. Começou no dia seguinte (à eleição). Não é da nossa história e do nosso perfil. Não questionamos as instituições, respeitamos a democracia. O segundo erro foi votar contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT. Mas o grande erro, e boa parte do PSDB se opôs a isso, foi entrar no governo Temer. Foi a gota d’água, junto com os problemas do Aécio (Neves). Fomos engolidos pela tentação do poder”, admitiu Jereissati, em entrevista a Folha de S. Paulo, no último dia 13 de setembro.
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