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Domingo - 04 de Novembro de 2018 às 09:42
Por: Karina Stein/Mídia News

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Uma casa com uma arquitetura bastante peculiar chama à atenção na zona rural de Cácares (200 km de Cuiabá). Batizada de Casa de Cupim, a bioconstrução feita com materiais alternativos - como hiperadobe e garrafas de vidro - abriga a família do historiador e bioconstrutor Sandro Miguel da Silva Paula.

Segundo o filho de Sandro, o biólogo e bioconstrutor Diego Miguel Carioca de Paula, a casa é a primeira da região. “Em Chapada [dos Guimarães] tem na região do Jamacá. A gente encontrou pela internet alguns grupos e alguns sítios que trabalhavam com permacultura e com modo mais alternativo de vida”, conta.

Antes de construir a casa, a família tinha uma vida comum, mas a vontade de ter um modo de vida mais alternativo sempre esteve presente. “A gente queria mudar o mundo, só que a gente descobriu que não dá pra mudar o mundo se a gente não começar por nós mesmos”.

Nessa busca por mudança, a família entrou em contato com a permacultura, conceito criado na década de 70 que reúne princípios como o cuidado com a terra, o cuidado com as pessoas e a distribuição dos recursos excedentes.

Reprodução/Nepbio

Casa de Cupim Cáceres

O Núcleo Experimental de Permacultura e Bioconstrução do Pantanal desenvolve oficinas sobre as técnicas de construção sustentável

Além da permacultura, a família tomou conhecimento das técnicas de bioconstrução, que tem como objetivo o uso de materiais que não agridam o meio ambiente e a reciclagem de elementos.

A casa de 68 metros quadrados foi erguida pela própria família e a construção durou aproximadamente três meses. A modelagem da argila feita à mão e as paredes pintadas com tinta ecológica fazem parte do processo de criação.

“A bioconstrução é bastante artística, então você coloca muito de você nas obras”, conta Diego.

Com o passar o tempo, o trabalho que era de realização pessoal foi se tornando maior, o que levou a família a criar o Núcleo Experimental de Permacultura e Bioconstrução do Pantanal (Nepbio).

A Casa Cupim, além de abrigar a família de quatro pessoas, também se tornou um centro onde acontecem aulas e oficinas sobre bioconstrução.

Entre as técnicas empregadas na casa, a que se destaca é a utilização do círculo de bananeiras para o reuso das chamadas águas cinzas – rejeitos que vêm principalmente da água do banho, pia do banheiro, cozinha e lavagem de roupas.

A água, que antes iria para o esgoto ou para uma fossa, é direcionada para uma vala preenchida com pequenos troncos de madeira, galhos e palha. Em volta dessa vala, são plantadas mudas de bananeiras. As árvores de folhas largas evaporam grandes quantidades de água e se adaptam bem a solos úmidos e ricos em matéria orgânica.

Segundo Diego, essa é uma das alternativas de baixo custo que podem ser solução para pessoas que vivem em áreas que tem difícil acesso à saneamento.

As técnicas de bioconstrução utilizadas na Casa de Cupim podem ser aplicadas em construções convencionais. O principal benefício, de acordo com Diego, é o conforto térmico. “Para diminuir a temperatura interna, eu posso trabalhar com o reboco de argila, por exemplo”.

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Reprodução/NepbioReprodução/NepbioReprodução/NepbioReprodução/NepbioReprodução/Nepbio




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