Máquina Gigante
Governador eleito vai anunciar redução de 50% das secretarias e facão em mais de 3 mil cargos Ideia é tocar a máquina com 12 pastas; folha consome 57%, ferindo lei fiscal, e precisa baixar para 49%; contratos e licitações serão suspensos já em janeiro
menos de um mês da posse, o governador eleito Mauro Mendes anuncia oficialmente entre esta quinta e sexta a pretensão de cortar cerca de 50% da estrutura da máquina, incluindo redução e/ou fusão de secretarias, órgãos e autarquias que hoje empregam cerca de 100 mil servidores. Vai cortar mais de 3 mil cargos comissionados e estuda suspender contratos e licitações, por alguns meses, assim que sentar na cadeira no Palácio Paiaguás.
Hoje são 24 pastas. Depois de receber os primeiros dados, que demonstram o gigantismo da máquina pública, Mauro concluiu que, de fato, precisa mesmo agir de forma radical. A ideia é tocar a administração com, no máximo, 12 secretarias. Este Blog apurou que, entre as que serão extintas estão as extraordinárias, como de Assuntos Estratégicos, de Governo, de Transparência e Combate à Corrupção, de Articulação e Desenvolvimento Regional e de Comunicação Social.
Por enquanto, Mauro Mendes prefere restringir ao máximo a informação sobre o novo organograma que está elaborando junto com membros da equipe de transição. Com visão de quem vem da iniciativa privada e já passou pela experiência pública de quatro anos como preferito de Cuiabá, ele está determinado a atingir o que chama de equilíbrio de receitas e despesas já no primeiro semestre à frente do Palácio Paiaguás. E com perspectiva de sobrar recursos para custeio e investimentos.
A redução do número de pastas refletirá automaticamente num quadro menor de servidores comissionados. Existem hoje 6,8 mil vagas para DAS, aqueles nomeados sem concurso público. O governador eleito deseja administrar o Estado com no máximo 3,5 mil comissionados.
O vice-governador eleito Otaviano Pivetta disse ao Blog nesta quarta à noite, sem entrar em detalhes sobre as pretensões de Mauro, defender que o Estado corte pela metade o número de secretarias, assim como de servidores. "Isso seria interessante porque o governo começa já dando exemplo, no tom da mudança que foi autorizado nas urnas pela sociedade".
Empresário e ex-prefeito de Lucas do Rio Verde por três mandatos, Pivetta se mostra preocupado com o fato do setor público hoje gastar 80% das receitas correntes líquidas com folha de pessoal. Para se ter ideia, só o Executivo consome 57% do que arrecada com pagamento de servidores, estourando, inclusive, o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 49%. "Mato Grosso está fora da lei fiscal. Precisamos nos enquadrar".
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