Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 12 de Novembro de 2018 às 08:40
Por: Por Maurício Ferraz, TV Globo

    Imprimir


Mutirão de catarata no Mato Grosso é investigado por possível erro médico e fraude

Um mutirão de cirurgias oftalmológicas, realizado pelo governo de Mato Grosso, é investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso por suposto erro médico e fraude.

Para fazer os atendimentos, o governo de Mato Grosso contratou por licitação uma empresa de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Os mutirões começaram e logo chegaram denúncias ao Ministério Público: ela estaria inflando, aumentando, o número de cirurgias e consultas realizadas para receber mais dinheiro do estado.

O contrato chega a R$ 48 milhões.

Mutirão de cirurgias oftalmológicas do governo de MT é investigado por suposto erro médico e fraude — Foto: TV GloboMutirão de cirurgias oftalmológicas do governo de MT é investigado por suposto erro médico e fraude — Foto: TV Globo

Mutirão de cirurgias oftalmológicas do governo de MT é investigado por suposto erro médico e fraude — Foto: TV Globo

Há relatos de moradores que perderam a visão ou que tiveram a situação agravada e enxergam menos do que antes de passarem por cirurgia. É o caso do consultor Miguel de Oliveira. Ele afirma que ficou cego do olho direito.

Já a aposentada Berenice Francisca da Silva afirma que enxerga apenas vultos.

“Não havia um controle por parte do estado, ou seja, quantos procedimentos cirúrgicos estavam sendo realizados. Não havia sequer fiscalização no sentido de controlar a qualidade dos serviços que eram prestados”, disse o promotor Mauro Zaque de Jesus.

No mutirão do governo, as consultas e cirurgias de graça foram realizadas em 14 cidades entre junho de 2016 e junho de 2018.

Além da suspeita de pagamento em dobro, a promotoria investiga se houve erro médico. Um dos operados, por exemplo, saiu da cirurgia com um comprovante que dizia que ele recebeu a lente artificial usada na cirurgia de catarata. Mas a visão só piorou. Depois, ele procurou um médico particular, que concluiu: 'não há nenhuma lente' no olho direito.

O MPE fez as contas: se todas as pessoas que aparecem na lista de pagamento tivessem passado por um médico, a consulta teria duração de dois minutos e meio, segundo os promotores, para que isso fosse possível, os médicos deveriam trabalhar oito horas por dia, sem intervalo, sem almoçar, lanchar ou ir ao banheiro.

Outro lado

O governo contesta, afirma que havia uma fiscalização séria e que vai comprovar que só houve pagamento de cirurgias realizadas. A empresa nega erro médico ou superfaturamento.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/429207/visualizar/