"Ele abaixou minha cabeça"
Cuiabana revela ter sido abusada por João de Deus aos 13 anos Sarah Varnier precisou de ajuda de psiquiatra após abusos sofridos em centro espírita de Abadiânia
A cuiabana Sarah Varnier, de 24 anos, revelou que foi abusada sexualmente quando tinha 13 anos pelo médium João de Deus. A jovem hoje mora no Paraná e na época do abuso vivia em Tangará da Serra (239 km de Cuiabá).
O médium, que é conhecido mundialmente, foi preso no último domingo (16), após ter sido acusado por mais de 300 mulheres por abuso sexual.
De acordo com o seu relato, Sarah afirma que há cerca de 11 anos foi levada a Abadiânia (GO) pela avó para uma consulta com João de Deus, por estar passando por uma depressão profunda. Ela diz que ao retornar para casa seu quadro piorou e chegou inclusive a tentar o suicídio.
A família de Sarah é produtora de soja nos municípios de Tangará da Serra e Campo Novo dos Parecis. A reportagem do MidiaNews tentou contato com ela e sua mãe, na manhã desta segunda-feira (17), mas ambas estão de viagem de férias. Funcionários das empresas da família disseram que não estavam autorizados a passar o número do celular das duas.
Em entrevista à RPC, afiliada da Globo no Paraná, a jovem relatou como o abuso aconteceu.
“Eu estava com uma calça um pouco escura e ele disse que ia baixar a minha calça, porque ela era um pouco escura e que ele ia equilibrar e limpar as minhas energias. Daí ele abaixou minha calça e me levou para um corredor, me empurrou contra a parede e contra o corpo dele, e passou a mão em mim”, disse.
Ela lembra que ele só parou quando sentiu que usava absorvente. E, em seguida, falou que já havia equilibrado as energias dela e que ela já estava bem.
Sarah revelou que na época contou o episódio para a mãe, mas que foi desencorajada de registrar uma denúncia contra o médium.
“Eu falei para minha mãe: ‘Aconteceu isso, isso e isso, acho que não é normal, e eu tenho certeza que ele faz isso com outras pessoas". Porque ele fez isso de uma forma tão natural. E ela falou: 'Não está certo, mas como a gente não vai conseguir provar, melhor não mexer no assunto’. E ela me desencorajou a denunciar”, afirmou.
A jovem contou que mesmo após passados 11 anos do abuso sexual, precisa de ajuda de psicólogos e psiquiatras para conseguir “digerir” o que lhe aconteceu.
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