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Segunda - 17 de Dezembro de 2018 às 15:58
Por: G1 MT

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Denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) de Barra do Garças. — Foto: MPF-MT/Assessoria
Denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) de Barra do Garças. — Foto: MPF-MT/Assessoria

Um fazendeiro de São Félix do Araguaia, a 1.159 km de Cuiabá, foi preso acusado de manter trabalhadores em condições análogas a de escravidão em sua propriedade rural.

Conforme o Ministério Público Federal (MPF), Fernando Jorge Bitencourt da Silva já está preso e também responde pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, tráfico internacional de drogas e porte ilegal de munição.

O G1 não localizou a defesa do fazendeiro.

De acordo com a denúncia feita pelo MPF de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, foi constatado por meio de depoimentos colhidos e das condições de trabalho dos empregados da Fazenda Mato Verde, que Fernando José mantinha seus empregados à condição análoga à de escravo, pois as condições de moradia e higiene em que os trabalhadores eram submetidos não se compatibilizavam com o mínimo de dignidade laboral.

Um dos trabalhadores entrevistados contou que trabalhava já há 4 meses para o fazendeiro sem nunca ter formalizado o vínculo trabalhista e nunca ter recebido o salário combinado com o denunciado, pois eram sempre descontadas as “dívidas” que contraía.

Este trabalhador morava em um barracão em condições precárias, sem energia, sem banheiro e dormia em cima de umas tábuas com sacos de ráfia. Em seu depoimento, afirmou que sequer tinha água potável para beber, sendo inexistente qualquer tipo de encanamento.

Outros trabalhadores relataram que em barracões onde era guardada a ração do gado, sem energia, sem banheiro e sem camas. Em alguns dias, o único alimento disponível para comer eram peixes pescados pelos próprios empregados.

Os empregados também tinham seu direito de locomoção restringido, em virtude de eventuais dívidas que possuíam com o empregador, e eram ameaçados de morte caso tentassem ir embora sem quitá-las. Os trabalhadores foram resgatados em novembro deste ano.

Além de ofertar a denúncia, o MPF requereu que seja fixada o valor mínimo de reparação dos danos causados pela infração no valor de R$ 8 mil para cada vítima, a ser atualizado com juros e correção monetária. Também foi requerida a manutenção da prisão preventiva de Fernando Jorge.





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