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Saúde
Sábado - 05 de Janeiro de 2019 às 10:14
Por: Vinicius Lemos/RD News

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Cerca de 20 milhões de brasileiros fumam, de acordo com dados oficiais
Cerca de 20 milhões de brasileiros fumam, de acordo com dados oficiais

Há dois anos, o cantor mato-grossense Henrique Maluf, 31 anos, decidiu parar de fumar para que pudesse ter melhor qualidade de vida. Desde então, tem travado batalha diária para não retornar ao vício.

No Brasil, segundo dados divulgados em 2018 pelo Ministério da Saúde, há cerca de 20 milhões de fumantes. O número representa redução entre os consumidores de cigarro no País, quando comparado a períodos anteriores. Em 2006, o número de fumantes representava 15,7% da população, enquanto em 2017 foi equivalente a 10,1% dos brasileiros.

Henrique Maluf, assim como outros brasileiros que deixaram de consumir a nicotina, abandonou o hábito para melhorar a saúde. Ele queria ter mais fôlego para se apresentar nas noites mato-grossenses.

Divulgação

Henrique Maluf

Cantor Henrique Maluf luta há 2 anos contra o tabaco, mesmo em ambientes tentadores

O músico começou a fumar aos 15 anos. Morava em Cáceres (a 234 km de Cuiabá) e afirma ter sido influenciado por propagandas de televisão que exaltavam os cigarros e amigos. “Na época, as pessoas achavam que era descolado fumar”.

Desde então, afirma ter se tornado amante de diversos tipos de tabacos, como cigarro de palha, cachimbo e charuto. Aos 18, percebeu que o hábito, que é uma doença denominada dependência nicotínica, não era saudável. Por conta própria, abandonou o vício.

Percebi que esse hábito vinha me prejudicando e resolvi parar

Henrique Maluf

Ele parou de fumar por dois anos, mas logo recaiu. “Eu via meus amigos e sentia muita vontade de voltar a fumar. Acabei voltando”.

Ao longo dos anos, deixou de consumir tabaco outras duas vezes, além da atual. “Sempre me esforçava para abandonar o cigarro, mas depois de um tempo voltava porque sentia muita vontade de fumar”, relata.

Para o pneumologista Clóvis Botelho, a maior dificuldade para os ex-fumantes é conviver com aqueles que mantêm o hábito. “Essa convivência facilita o acesso ao cigarro e pode ser um estímulo”, detalha.

Os riscos do cigarro

Segundo Botelho, o cigarro traz riscos para a saúde como aumento das chances de câncer – principalmente o de pulmão –, maior possibilidade de problemas vasculares e dificuldades respiratórias.

De acordo com o especialista, a pessoa somente consegue abandonar o vício quando decide, por conta própria, que não irá mais fumar. “Não adianta tomar remédios, porque é uma decisão que somente a pessoa pode tomar por si”, pontua.

Ele explica que o consumo de álcool ou outras drogas podem impedir que a pessoa deixe o cigarro. “Isso tudo estimula o fumo”.

Henrique pontua que não recorreu a nenhuma ajuda externa para deixar o vício. Ele tomou a própria decisão. “Sou cantor e a fonoaudióloga sempre me proibia de fumar, mas ainda assim continuava. Mas percebi que esse hábito vinha me prejudicando e resolvi parar”.

Uma das formas de auxiliar um ex-fumante a não retomar o vício, segundo o pneumologista, é não questioná-lo sobre o assunto. “Esse tipo de cobrança para que a pessoa não volte a fumar pode ser prejudicial. É importante não fazer isso, para não atrapalhar”.

Não adianta tomar remédios, porque é uma decisão que somente a pessoa pode tomar por si

Pneumologista Clóvis Botelho

“Também é importante que a pessoa não tenha vergonha de perceber as dificuldades de abandonar o cigarro. Ela é uma dependente e não é uma situação simples. Em muitos casos, quando ela está decidida a deixar de fumar, é importante buscar um médico, como pneumologista ou psiquiatra”, acrescenta Botelho.

Desde 16 de janeiro de 2016 – como ele faz questão de enfatizar –, Henrique não fuma. Ele tem contado com a ajuda de amigos e parentes para não recorrer aos cigarros. “Nesse período, passei a comer mais e acabei engordando bastante”, pontua.

Mesmo trabalhando na noite e vendo pessoas próximas fumando, o artista afirma que não planeja voltar a consumir cigarro. “Acho que essa luta é algo que não venci ainda. Por isso, sempre preciso tomar alguns cuidados e evito tanta proximidade com o tabaco, para não voltar a fumar”, revela.





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