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Segunda - 04 de Fevereiro de 2019 às 15:00
Por: G1 MT

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Luíza Wurziuf e a irmã, Lívia Wurziuf — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal
Luíza Wurziuf e a irmã, Lívia Wurziuf — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

A fisioterapeuta Raquel Cimi, de 36 anos, deu à luz gêmeas e uma delas tem Síndrome de Down. Ela só soube no dia 4 de outubro de 2017, após o nascimento das filhas. Luíza Wurziuf, que nasceu com a síndrome, e Lívia Wurziuf, agora estão com um ano de idade.

Estima-se que a possibilidade de um gêmeo nascer com a Síndrome de Down e o outro não, é de uma ou duas a cada 1 milhão, segundo especialistas.

Raquel, que mora com a família em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, conta que sabia que uma das filhas nasceria com uma síndrome, mas não sabia qual seria o tipo.

“Com 12 semanas de gestão, fiz o exame de translucência nucal – ultrassom que faz a medida atrás da nuca – e apareceu uma medida acima do normal. Não acreditei e repeti o exame no mesmo dia”, afirma.

Casal com as três filhas — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoalCasal com as três filhas — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

Casal com as três filhas — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

A fisioterapeuta intensificou os exames de rotina para tentar descobrir qual deficiência a Luíza teria, mas não obteve resposta.

“Todos os exames mostraram uma alteração. Os médicos diziam que ela teria uma síndrome, mas não sabiam qual, havia várias possibilidades. Fiquei com medo de perdê-la logo após nascimento”, explicou.

Para descobrir qual era a síndrome, Raquel foi orientada a realizar um exame invasivo, o qual apresentava riscos de aborto. Ela decidiu por não fazê-lo.

“Passei toda a gestação angustiada e perdi a vontade de fazer qualquer outro exame. Eu chorava muito, não dormia mais, estava desesperada”, revelou.

Gêmeas em foto tirada logo após o nascimento — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoalGêmeas em foto tirada logo após o nascimento — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

Gêmeas em foto tirada logo após o nascimento — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

Apesar das dificuldades, com o apoio do marido, a fisioterapeuta continuou tendo o acompanhamento médico e percebeu que Luíza se desenvolveu bem.

“Comecei a aceitar mais. Hoje vejo que ela é uma criança normal, perfeita como a irmã gêmea e também a outra de 3 anos”, pontuou.

Ter gêmeos estava entre os três principais sonhos de Raquel. “Apesar disso, nunca imaginei ser mãe de uma criança especial, já cuidei de algumas no meu trabalho, mas dizia não ter capacidade para ser mãe de uma. Hoje vejo que nasci para cuidar da Luíza”, ressaltou.

Irmãs se dão muito bem, segundo a mãe — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoalIrmãs se dão muito bem, segundo a mãe — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

Irmãs se dão muito bem, segundo a mãe — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

A rotina

Luíza se alimenta apenas leite de arroz, pois tem intolerância à lactose. As duas são alérgicas a uma proteína que possui nos tipos de leites mais comuns.

Segundo Raquel, as gêmeas fazem acompanhamento com uma pediatra e exames de rotina. No entanto, além disso, Luíza também é acompanhada por fisioterapeuta e fonoaudiologia.

“A rotina é puxada, mas sou muito feliz, pois as duas se dão bem. Não vivem longe, elas sentem quando uma não está bem e choram juntas”, contou.

Gêmeas com a irmã — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoalGêmeas com a irmã — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

Gêmeas com a irmã — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

Raquel disse que procura tratar todas as filhas de forma igual, apesar das diferenças.

“Independente das particularidades de cada uma, todas são perfeitas. Não quero que a Luíza se sinta diferente pela deficiência. Queremos dar independência para ela, para que possa viver uma vida normal como as irmãs, sem restrições. Estaremos sempre ao lado delas”, ressaltou.

As gêmeas se dão bem e também são muito carinhosas com a irmã mais velha.

Caso é considerado raro — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoalCaso é considerado raro — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

Caso é considerado raro — Foto: Raquel Cimi/ Arquivo pessoal

Caso raro

Conforme a avaliação do médico Rudimar Menegotto, que acompanhou a gestação de Raquel, casos com o da fisioterapeuta são extremamente raros.

Ele avaliou que, além de fatores genéticos, a idade da paciente também pode influenciar na formação dos bebês. Quanto mais velha for a paciente, maior a possibilidade de uma criança nascer com alguma síndrome.

“Casos em que gêmeos nasce com a síndrome e o outro não, são raríssimos, cerca de um ou dois a cada um milhão de nascimentos”, disse.

Rudimar explica que gêmeos idênticos, gerados na mesma placenta, possuem os materiais genéticos idênticos e que, em casos de um cromossomo extra, ambos nasceriam com a Síndrome de Down.

“No caso da Raquel, os gêmeos foram gerados em placentas e bolsas diferentes. O exame de ultrassonografia realizado observou uma alteração, com possibilidade do bebê nascer com uma síndrome, o que foi confirmado após o nascimento”, explicou.





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