Mauro refuta ser "profeta do apocalipse", mas prevê colapso no país sem a reforma
governador Mauro Mendes (DEM) voltou a defender a aprovação da Reforma da Previdência proposta pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), que já tramita na Câmara dos Deputados. Afirma que caso as medidas não sejam aprovadas, o Brasil enfrentará crise financeira pior que a registrada entre 2015 e 2016.
“Não quero ser profeta do apocalipse, mas digo isso porque o Brasil precisa tomar algumas decisões importantes. O estado brasileiro não pode continuar sendo esse estado perdulário, que gasta mal, gasta muito e muitas vezes não cumpre suas funções básicas, entregando serviços de péssima qualidade”, disse Mauro durante a reunião dos Fundos Emergenciais para Saúde Animal (Fesas), que começou nesta terça (19) em Cuiabá, no Hotel Gran Odara.
O democrata destacou o déficit bilionário da previdência. Apontou ainda o risco de colapso da economia nacional caso a reforma não seja aprovada o mais rápido possível. “São quase R$ 300 bilhões de déficit na Previdência esse ano. Nos próximos 10 anos, metade dos servidores públicos deste país, seja federal, estadual ou municipal, vão se aposentar. O rombo que já é gigantesco vai crescer e não existe mágica. Não podemos pensar que esse problema não vai explodir. Se não fizer uma reforma verdadeira, a economia vai entrar em colapso”.
Em 20 de fevereiro, Mauro participou do III Fórum de Governadores, em Brasília, quando foi apresentada, pela equipe econômica do governo federal, a proposta de reforma da Previdência. O ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve presente no encontro.
Na ocasião, o governador declarou que a reforma proposta é ampla e tem muitos pontos interessantes. Entretanto, defendeu que alguns itens deverão ser debatidos e melhorados pelo Congresso. Entre os pontos positivos elencados por Mauro está o fato do texto da reforma não abranger apenas o governo federal. Isso porque inclui a iniciativa privada, mais os Estados e municípios.
“Ela sendo aprovada, certamente vai beneficiar o nosso Estado, pois em 2018 nós tivemos um déficit de mais de R$ 1 bilhão ”
Mauro Mendes“Ela sendo aprovada, certamente vai beneficiar o nosso Estado, pois em 2018 nós tivemos um déficit de mais de R$ 1 bilhão entre aquilo que nós arrecadamos com a Previdência e aquilo que nós pagamos aos servidores aposentados”, pontuou.
Mobilização contrária
A declaração pró-reforma da previdência de Mauro ocorre na semana em que as centrais sindicais convocam atos denominados “Com a Reforma da Previdência do Bolsonaro #VocêNãoVaiSeAposentar" em todo país. Em Cuiabá, o protesto está marcado para sexta (22), às 16h, na Praça Ipiranga.
Os sindicalistas entendem que reforma dificulta o acesso e reduz o valor dos benefícios ao estabelecer a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens, 62 para as mulheres, além de aumentar o tempo de contribuição de 15 para 20 anos e retirar da Constituição o sistema de Seguridade Social do brasileiro.
Pelas regras atuais, uma mulher de 55 anos e com 25 anos de contribuição teria de trabalhar mais cinco anos para se aposentar por idade e conseguir receber o benefício integral. Ou seja, estaria aposentada aos 60 anos e com 30 anos de contribuição.
Afirmam ainda que a reforma de Bolsonaro, além de impor a idade mínima de 62 anos tem regras de transição duríssimas. Se o Congresso aprovar a PEC, essa mesma mulher terá de trabalhar mais sete anos (55 + 7 = 62) para se aposentar por idade. Ainda assim, ela só chegaria a 32 anos de contribuição (25 + 7 = 32) e não se aposentaria com o benefício integral, que, pelas novas regras, vai exigir, no mínimo, 40 anos de contribuição.
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