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Segunda - 25 de Março de 2019 às 07:17
Por: Keka Werneck/RD News

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Jovens desajustados socialmente protagonizam atentados em escolas
Jovens desajustados socialmente protagonizam atentados em escolas

Massacres em escolas, como o de Suzano, em São Paulo, podem acontecer em qualquer lugar, inclusive aqui no Estado, porém são incomuns e não devem criar alarme. O importante é tentar preveni-los. A avaliação é do pesquisador da UFMT, Naldson Ramos, que é doutor em sociologia com foco em violência policial, segurança pública e práticas civilizatórias em Mato Grosso.

"Creio que a possibilidade disso acontecer aqui ou acolá, em outras cidades, como já aconteceu no Rio e, agora, em São Paulo, existe, mas é muito pequena, para criar um alarme. Todavia, por outro lado, os órgãos de segurança têm que fazer um trabalho de inteligência, fazer o levantamento sobre pedofilia, violência na internet e fake news. Este é primeiro passo para que a polícia se antecipe ao crime, de certa forma prevenindo determinadas condutas”, pontua.

Naldson destaca que os envolvidos nesses episódios ou até mesmo em “bravatas” (alarmes falsos) estão socialmente desajustados, movidos, muitas vezes, por jogos mortais e a apologia às armas.

“Jogos que simulam ataques, que circulam na internet e a diversidade de informações sobre violência atraem parte dos jovens, que criam fantasias em suas cabeças. Eles imaginam coisas que poderiam ser parecidas com as da internet no mundo real", comenta.

Rodinei Crescêncio

Naldson Ramos

Naldson Ramos é doutor em sociologia com foco em violência policial, segurança pública e práticas civilizatórias

Para o pesquisador, à polícia cabe fazer varredura e vigília constantes nas redes sociais, visando captar mensagens e campanhas pró-violência. Aos pais, a paternidade responsável, diálogo em casa, saber com quem os filhos se relacionam, com quem conversam, quais sites estão frequentando. "Sei que isso não é fácil, muitos pais trabalham dia todo e os filhos têm celular, mas rastrerar isso, embora nem sempre seja fácil, é necessário", diz o professor, lembrando que jovens adoram burlar normas de conduta e questionar as regras, mas não têm maturidade para medir as consequências.

Para ele, os professores devem ficar atentos, porque na conversa em sala de aula e nos corredores também é possível notar mudanças de comportamento ou condutas estranhas.

Sobre a apologia às armas, destaca que nas eleições esse debate sobre armamento da população ganhou muita visibilizada. "Muitos acreditam que ter arma em casa dá segurança, mas isso pode ser também fator desencadeador de comportamento. Não quero dizer que a arma por si só ou ter conhecimento sobre elas ou se for liberada a compra vá desencadear violência automaticamente. Mas fatores combinados, como liberação de armas, apologia, jogos que simulam ataques contra bandidos, contra a polícia e patologias sociais criam um ambiente propício a episódios como os de Suzano", alerta.





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