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Agronegócios
Segunda - 22 de Abril de 2019 às 16:51
Por: Da Assessoria

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Após nove meses de trabalho a campo, foi comprovado que o rendimento de animais que participaram da maior prova de ganho de peso a pasto de Mato Grosso ultrapassou em mais de 100% o que é obtido pelos produtores estaduais em condições normais. A média de ganho de peso deles superou 827 gramas diárias.

O resultado foi revelado nesta semana pela Associação dos Criadores Nelore de Mato Grosso (Nelore MT) e mostrou que suplementação alimentar foi decisiva para o sucesso na competição, da qual participaram 139 animais, de 35 criadores. A prova teve início em junho do ano passado e a última pesagem ocorreu no final de março.

Um leilão será realizado com os animais no mês de outubro, o que o presidente da associação Nelore, Breno Molina, avalia como positivo, pois colocará à disposição do mercado animais que possuem comprovadamente qualidade genética e excelente acabamento de carcaça.

"Nosso objetivo com esse trabalho é incrementar o mercado de produção da carne mato-grossense e também o brasileiro, sempre buscando que toda evolução obtida resulte em um melhor produto para o consumidor final, ou seja, esteja disponível nas prateleiras dos supermercados para a população”, explica Molina.

A prova contou com vários parceiros, entre eles, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que chancelou as avaliações e o resultado, e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que acompanhou todo o processo.

Mato Grosso possui o maior rebanho bovino no país, com aproximadamente 30,3 milhões de animais, cerca de 90% da raça Nelore ou ‘anelorado’, que é o que mais se adapta ao clima e às condições de criação. No Brasil, ultrapassa 226 milhões o número de cabeças.

Se o Estado fosse considerado um país, em um ranking comparativo, ele estaria em sexto lugar no mundo, ficando atrás da Argentina – que possui 53 milhões de rebanho, e à frente da Austrália – 28 milhões animais. O setor da pecuária estadual compreende mais de 100 mil produtores, dos quais cerca de 80% com até 290 cabeças e são considerados pequenos produtores.

“Nossa produção é muito grande, mas não reflete hoje em melhores condições e rentabilidade aos produtores. E o caminho encontrado pela associação para avançar é a partir de investimentos em novas tecnologias de manejo e em genética”, frisa o presidente, dizendo que a prova é um instrumento decisivo para o fortalecimento da pecuária de corte no Estado.

Detalhes da prova

Participaram da Prova de Ganho de Peso (PGP) da Nelore de Mato Grosso animais nascidos entre 08 de agosto e 04 de novembro de 2017, que tiveram, inicialmente, 70 dias para adaptação ao novo ambiente em condições ambientais e com técnica de manejo iguais a todos. Eles entraram na competição ainda bezerros recém-desmamados, mas chegaram ao final ‘tourinhos’.

O zootecnista Leonardo Fernandes Mendonça, técnico de campo da associação Nelore, explica que foram um total de 294 dias de prova na Fazenda Luar, em Cuiabá, onde os animais tiveram as condições iguais de ração, vacina e pasto. “A proposta era promover uma investigação genética, de modo a comprovar que eles estão em uma categoria diferenciada em relação aos demais de Mato Grosso”.

Aqueles que superarem a média de peso do rebanho são considerados superiores e de elite. Já os que ficarem na média do rebanho são os regulares e, abaixo, são os inferiores. Mas é importante destacar que este critério adotado leva em conta apenas aqueles animais submetidos à prova, ou seja, em relação ao rebanho estadual, todos são considerados de elite.

“Além das vantagens de certificação de qualidade comprovada, a participação na prova credencia o produtor a ter seus melhores animais comercializados no leilão. Observamos os resultados como em uma olimpíada, em que mesmo aqueles que não tiveram o melhor desempenho ainda são considerados atletas olímpicos e, portanto, possuem performance superior à média”, afirma Breno Molina.

Os resultados servem como instrumento de seleção entre rebanhos e auxiliarão nas avaliações e testes de progênies de reprodutores no Estado. Entre os itens de desempenho avaliados por três técnicos da ABCZ estiveram: carcaça (através de ultrassonografia), linhagem genealógica, prova de ganho de peso, com ganho médio diário, circunferência escrotal e fenótipo, tendo como finalidade identificar entre os participantes os de melhor desempenho global no peso final padronizado.





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