Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Esportes
Quinta - 02 de Maio de 2019 às 16:41
Por: Junior Martins/Da Assessoria

    Imprimir


Júnior Martins

Após treze anos de existência e comprovadas contribuições sociais, quando se espera maior apoio da sociedade civil e governos, a Associação Atlética Cuiabá Arsenal (AACA) continua com o maior dos problemas, a falta de local adequado para o desenvolvimento dos atletas e, por causa disso, perde cerca de metade dos treinos em preparo ao Campeonato Brasileiro de Futebol Americano (Série A). E pede ajuda para empresários e autoridades sensíveis a prática do esporte e que compreendam a razão do desporto ser um dos deveres de uma sociedade.

A AACA teve a história iniciada em 2002, quando um grupo de amigos se reuniu para jogar Flagbol, que é uma versão mais suave do futebol americano, prática que progrediu à modalidade principal, depois criou-se o nome Cuiabá Arsenal em 2006 (data oficial da fundação), criou-se a pessoa jurídica em 2009 e vieram os títulos. Teve atletas homenageados pelo legislativo, impactou mais de 6,5 mil pessoas e foi reconhecida de utilidade pública por Lei Municipal (N°6.049/2016), proposta pelo vereador Juca do Guaraná Filho e sancionada pelo ex-prefeito e atual governador, Mauro Mendes.

Participar de campeonatos é um dos maiores atrativos da associação frente aos jovens e adultos que querem fazer parte dela. Eles chegam por diversos motivos, dos mais simples aos mais complexos, como melhorar a saúde física, fazer novos amigos, aliviar o peso de doenças psiquiátricas, como depressão, ocupar o tempo e ter um hobby, por amor ao esporte, para se sentir um “Neymar” em campo, para se ver na televisão, preencher o espírito e encontrar um caminho na vida, entre tantos outros. E a associação lhes recebe com muita fraternidade.

Entretanto, está sob risco um dos componentes da fórmula que conserva acesa a chama sedutora do Cuiabá Arsenal, que são os bons resultados conquistados nos campeonatos, como os títulos de campeão brasileiro (2010 e 2012) e mato-grossense (2015 e 16), entre tantos outros. Pois para se obter bons resultados é preciso treinar muito e isso não tem sido possível. O time que outrora treinava quatro vezes por semana, agora consegue treinar uma média de apenas duas vezes por semana e isso acontece pela falta de acesso a locais adequados.

Num passado recente, o Cuiabá Arsenal treinava nas terças e quintas-feiras (no período noturno) e nos sábados e domingos (no vespertino). E um dos principais locais para treinamento era o Estádio Municipal Presidente Eurico Gaspar Dutra, o popular ‘Dutrinha’, pois a estrutura possui iluminação à treinagem nos horários noturnos, mas o espaço está interditado a mais de quatro anos para jogos e o acesso bloqueado a cerca de um ano para treinos. E a maior dificuldade é de encontrar locais com tamanho adequado e iluminação para os treinos noturnos.

A Prefeitura Municipal de Cuiabá emprestou o campo do Centro Esportivo João Balduino Curvo, o popular ‘Ginásio do Quilombo’, que não possui as melhores condições, como campo irregular (cheio de buracos e desnível), sem sistema de drenagem para escoar águas da chuva (fica encharcado e impossibilita treinos) e não possui iluminação (impossibilita treinos noturnos). Mas se não fosse tal local, nem mesmo se treinaria aos sábados e domingos. Só que não é suficiente para se preparar ao campeonato brasileiro e se obter os melhores resultados.

“Não ter os locais necessários para nosso treinamento é a pior coisa que poderia nos acontecer. Não temos como ter bons resultados sem treinar. Sou membro do Arsenal desde o início e nunca tivemos tantos obstáculos para ter um espaço. A prefeitura cedeu o campo do Quilombo, mas o local tem limitações e muitos problemas. Temos tentado superá-los, porém não temos como treinar de noite sem iluminação e isso nos atrapalha demais. Nós procuramos outros locais, mas ainda não solucionamos a questão. A prefeitura está ciente da situação”, avalia o presidente, Denevaldo Barbosa Jr.

De acordo com o head coach (treinador principal) e quarterback (atleta), Thomas Anthony Kudyba, o Cuiabá Arsenal tem dialogado com muitas pessoas numa busca por resolver a questão, mas ainda não teve êxito. Segundo ele, o plano de treinamento prevê dois treinos noturnos para se trabalhar os fundamentos e os detalhes individuais, que os atletas precisam saber para fazer a diferença num jogo, e dois treinos diurnos para se trabalhar a coletividade, treinos esses que ocorreriam nos fins de semana por terem maior presença de jogadores.

“Vim dos EUA para Cuiabá pensando que seria mais fácil conseguir apoio. O clube tem treze anos de história, já tem dois títulos nacionais, recorde brasileiro de público numa partida de futebol americano e, por isso, achei que as pessoas seriam mais voluntariosas em auxiliar. Espero que isso se resolva rápido, porque precisamos treinar para termos uma boa campanha. Nós precisamos de ajuda da cidade e dos governos”, comentou o treinador e jogador, Thomas Kudyba, de 34 anos, um americano de Chicago (Illinois - EUA). A vinda do americano é um dos esforços administrativos da associação em prol da campanha 2019.

O Campeonato Brasileiro de Futebol Americano funciona de forma semelhante ao que ocorre com o futebol brasileiro. Ele tem duas séries, a 1ª Divisão (Série A), que é chamada de Série Elite, na qual disputam as 33 melhores equipes do país, e a 2ª Divisão (Série B), que é chamada de Série Acesso, na qual disputam 42 times e todos brigam por vagas que deem acesso à Elite. E o Cuiabá Arsenal compete na Série Elite desde a primeira edição do campeonato em 2009 e agora se prepara à edição de 2019 e tem o primeiro jogo marcado para daqui junho.

“Acredito que quanto mais treinos tivermos, quanto mais repetições de exercícios fizermos, melhores serão os resultados. Ter locais fixos para os treinos é melhor do que não termos certeza de onde vamos treinar na semana seguinte. Os locais fixos facilitam a vida dos jogadores que precisam montar logística de transporte. Ter locais fixos permite sabermos quanto tempo levaremos na locomoção do trabalho para o treino. Isso simplifica para os atletas não faltarem os treinos”, diz o novo jogador, Waldir Aspet Jr, um engenheiro civil de 27 anos.

Com menos de 60 dias à estreia no Campeonato Brasileiro, o Cuiabá Arsenal tem a esperança de conseguir sobrepujar os obstáculos e realizar dois meses de intenso treinamento. Dessa forma, empreender uma campanha com vitórias e que avance da fase de grupos para os playoffs. Mais informações nas páginas da associação nas redes sociais (Facebook e Instagram).

Outras Ações

O Cuiabá Arsenal tem um time masculino de futebol americano e duas equipes de flagbol, uma masculina e uma feminina, e promove diversas ações em prol do custeio do treinamento e da participação delas em competições. E, neste ano, já realizou o anual, Super Bowl Party e o Esquenta Carnaval, ambos em fevereiro passado, e fará, entre outros, a Feijoada e a Corrida Insana. Também fomenta ações solidárias, como as campanhas de doação de sangue, setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul, para preencher o espírito dos jogadores.

Responsabilidade Social

Atualmente, o Cuiabá Arsenal existe por conta do patrocínio do Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), da Unic (Universidade de Cuiabá), Sorveteria Nevaska, GTX Sports, Sinepe-MT (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Mato Grosso), Fato Cursos, Pizzaiola e Vida/Vida Imagem. Apoio da academia Phidias (de Cuiabá), academia Metta Fitness (Cristo Rei), academia Hard Training (de Várzea Grande), Xavante CrossFit (Alvorada), Squad65 Crossfit (Beira Rio), Influx Escola de Idiomas, Comercial Eldorado, Eder Sports, Malcom Pub/Club e Prefeitura de Cuiabá. Também atletas, familiares, torcedores e voluntários.

Calendário do Arsenal

Fase de Grupos (mandante x visitante)

Jogo 1 – Sorriso Hornets x Cuiabá Arsenal (29/06)

Jogo 2 – Cuiabá Arsenal x Rondonópolis Hawks (20/07)

Jogo 3 – Sinop Coyotes x Cuiabá Arsenal (10/08)

Jogo 4 – Cuiabá Arsenal x Sinop Coyotes (24/08)

Jogo 5 – Rondonópolis Hawks x Cuiabá Arsenal (14/09)

Jogo 6 – Cuiabá Arsenal x Sorriso Hornets (12/10)

Texto e crédito fotografia: Junior Martins





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/431410/visualizar/