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Agronegócios
Quarta - 05 de Junho de 2019 às 10:28
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiabá

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O peso do dólar sobre os insumos, em especial, os fertilizantes, tem tornado a relação de troca (insumo/sacas de soja) desfavorável ao sojicultor passa a ofertar mais grãos para adquirir a mesma quantidade de insumo, quando comparada à negociação consolidada no ano passado. A atual relação de troca, com dados de abril, é a pior para o mês, desde 2017.

Diferente da via de mão dupla estabelecida para o algodão e para o milho – que tiveram suas cotações impulsionadas pelo dólar e não apenas o preço dos insumos – a soja contabiliza perdas no mercado internacional e elas estão mexendo diretamente no bolso do produtor que se articula para o novo ciclo, 2019/20.

Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na comparação entre abril de 2019 ante igual mês do ano passado, as perdas exigem uma adição de grãos em cerca de 30% para aquisição dos mesmos volumes feita no ano passado, considerando os tipos mais demandados de fertilizantes no Estado, como Super Simples, o MAP e o KCL (cloreto de potássio). Os analistas do Imea explicam que uma das formas de avaliar o impacto das majorações sobre o custo de produção é avaliando justamente a proporção da relação de troca.

“Apesar da recente queda desta relação no início de 2019, ao compararmos com o mesmo período do ano passado – meses de abril – percebemos que no atual momento o produtor tem que usar ofertar mais sacas de soja para ter os fertilizantes. No caso do Super Simples — um dos mais utilizados — o produtor tem que adicionar 29,58% mais grãos do que em abril/18. Este aumento na relação de troca pode ser fundamentado na queda das cotações de soja na bolsa CME-Chicago e também na valorização dos fertilizantes”.

No levantamento feito pelo Imea, o Cloreto de Potássio e o Super Simples exigem 29,57% e de 29,58% mais soja em grão da nova safra do que no ano passado, respectivamente. Para compra do MAP (monoamônio fosfato) é preciso entregar quase 16% mais grãos que no mesmo momento do ano passado.

Os analistas destacam ainda que esse desequilíbrio fundamenta o atraso na comercialização desses insumos no Estado, local onde o plantio tem início a partir da segunda metade de setembro. “As aquisições dos fertilizantes atingiram 50,17% do total estimado em abril/19 e é cerca de 21,61 pontos percentuais (pp) inferior ao registrado em igual mês de 2018. Diante disso, é importante o produtor ficar atento à logística de entrega dos fertilizantes, tendo em vista que postergar demais as compras deste insumo poderá fazer com que o produto chegue atrasado às lavouras e ainda mais caro, pesando contra o bolso na hora de se estabelecer a relação de troca”, alertam.

PLANTIO – De acordo com os dados referentes a abril/19, o custo variável (CV), por hectare, ficou em R$ 3.150,27/ha e o custo operacional (CO) fechou o mês a R$ 3.497,33/ha, um aumento de 0,78% e 0,73%, respectivamente, ante o mês anterior. A desvalorização da soja em abril, em conjunto com a diminuição no frete dos fertilizantes, fez com que a variação do custo não fosse maior. Dentre os componentes que tiveram maior aumento, destacaram-se os defensivos, que valorizaram 1,79% no mês, puxados principalmente pelos fungicidas. “Como estes componentes são cotados em dólar, a valorização da moeda norte-americana influenciou nas cotações dos defensivos. Por isso, neste cenário de volatilidade cambial, é pertinente o produtor se atentar para as oportunidades de negócios que possam surgir para as compras dos insumos”.





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