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Cidades/Geral
Terça - 09 de Julho de 2019 às 15:24
Por: Rodivaldo Ribeiro/Folha Max

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O juízo da Sétima Vara Criminal da Comarca de Cuiabá negou habeas corpus impetrado pela defesa do bicheiro Frederico Muller Coutinho, o "Dom", apontado pela Polícia Judiciária Civil (PJC) como operador da contravenção, jogatina e lavagem de dinheiro. Coutinho foi preso em 29 de maio deste ano na "Operação Mantus", que combateu o jogo de bicho no Estado.

No entendimento do magistrado Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, não há elementos novos a ensejar a liberdade do acusado e por isso quem deve avaliar se haverá motivos para sua soltura é a Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de Mato Grosso.

“Assim, na estreiteza de um juízo de risco característico desta fase e diante da ausência dos pressupostos que autorizam primus ictus oculi a concessão da medida liminar, indefiro-a, restando o lado sumaríssimo desse habeas corpus, com o efetivo exercício da competência do Órgão Colegiado”, escreveu.

No TJ, aliás, o processo já foi designado para a relatoria do desembargador Rui Ramos Ribeiro, que já negou uma liminar ao empresário. Não foi divulgada data para a análise do mérito do habeas corpus.

OPERAÇÃO MANTUS

Integrantes da organização criminosa especializada no jogo do bicho e comandada por "Dom" foram flagrados em interceptações telefônicas autorizadas afirmando que ele tinha um lucro líquido de R$ 80 mil por mês com as práticas criminosas.

As operações ilegais aconteciam por meio de seu grupo criminoso sob a fachada empresarial convencional de ELO/FMC. O delegado da PJC, Flávio Stringuetta, coordenador da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), revelou que responsáveis pela contabilidade gabaritaram a informação e confirmaram valores e datas colhidos nas interceptações já em depoimento no âmbito da Operação Mantus, deflagrada no dia 29 de maio. O objetivo era desbaratar duas organizações criminosas do ramo da jogatina em Mato Grosso – uma liderada por Frederico Muller Coutinho e a outra por João Arcanjo Ribeiro.

Também comandante da operação, Stringueta afirmou que uma das testemunhas praticamente abriu a caixa dos desvios de conduta da quadrilha. “Ela informou o que cada integrante da organização, o que cada alvo nosso da operação, exercia dentro dessa organização. Qual era função de cada um deles, o recebimento, quanto era pago para que eles exercessem a atividade criminosa. É uma colaboração muito boa para a investigação”.

RIVAIS DO BICHO

A PJC prendeu o ídolo do dono da Elo FMC, João Arcanjo Ribeiro em Cuiabá no mesmo dia na casa dele, no bairro Boa Esperança. Na residência, os agentes de segurança encontraram R$ 200 mil em dinheiro vivo. Outras 17 pessoas foram presas, contando o próprio Dom Comendador Frederico.

De acordo com as investigações, as duas organizações criminosas – que utilizavam inclusive práticas de sequestro e tortura contra seus adversários –, atuam no Jogo do Bicho em Mato Grosso. Uma delas liderada por João Arcanjo Ribeiro. A outra pelo empresário e também Comendador Frederico Muller Coutinho.

A PJC também informou que, apenas no período de 1 ano, as duas organizações movimentaram em contas bancárias cerca de R$ 20 milhões – excluindo os valores que circularam em dinheiro vivo.





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