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Cidades/Geral
Segunda - 15 de Julho de 2019 às 06:56
Por: Da Assessoria

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Helder Faria/ALMT

Número insuficiente ou ausência de policiais, déficit de viaturas, frota antiga -e muitas vezes sem condições de uso, equipamentos defasados. A estrutura de trabalho das policiais na maioria dos 23 municípios da região oeste de Mato Grosso é apontada por lideranças políticas e comunitárias como precária.

“Tivemos uma denúncia de crime ambiental, nessa semana, que não tivemos como atender por falta de motorista na delegacia. Dá vergonha da falta de efetivo policial no interior”, afirmam Mirian Soares, policial militar na reserva, e Maristela Monez, do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Cáceres.

A mesma avaliação faz os prefeitos de Glória D’Oeste, Indiavaí e São José dos Quatro Marcos, Paulo Remédio, Valteir Quirino e Ronaldo Floriano, respectivamente, que denunciam o abandono por parte do poder público estadual e federal. A população dos municípios sofre com roubos, furtos, cárcere privado e tráfico de drogas.

“Queremos sensibilizar os políticos da nossa situação”. Valteir explica que em Indiavaí há apenas uma base da polícia militar onde deveria haver sete policiais, porém, como o efetivo e o único veículo são divididos com a comarca de Araputanga, a 28 km de distância, normalmente restam apenas um ou dois policiais sem viatura que ficam impedidos dos atendimentos.

Vítima recente de roubo com cárcere privado, Paulo Remédio conta que Glória D’Oeste embora tenha um posto da polícia militar, na prática, não possui efetivo e estrutura, já que a única caminhonete é muito velha. Os atendimentos das ocorrências são feitos entre Glória e Porto Espiridião, deixando a população muitas vezes desassistida. “Nosso policial responsável se aposentou e não houve substituição, mas não consegui sensibilizar o secretário de segurança pública ainda”.

Em São José dos Quatro Marcos, além do prefeito, a representante do Conseg, a advogada Mércia do Carmo, critica as condições limitadas do aparato de segurança pública, que possui uma delegacia de polícia civil, base da PM e um presídio. “Precisamos de viaturas adequadas e novas, rádio com sistema criptografado ao invés de analógico, câmeras de monitoramento e mais efetivo”, avalia a advogada.

Criado há cerca de 10 anos, o Conseg de Quatro Marcos tem feito parcerias com prefeitura, empresários e poder judiciário para auxiliar a atuação das polícias. Os recursos obtidos são investidos, por exemplo, na manutenção de viaturas, aquisição de pneus e material para delegacia e base militar. “Ficamos sabendo da liberação de um volume grande recursos pelo governo do Estado e queremos estar incluídos”.

Maria Celene Alves veio de Rio Branco para participar da audiência pública na tarde de quinta-feira (11), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá. Mas disse que valeu a pena, porque foi ouvida pelo alto escalão da segurança pública em suas angústias. “Esta é uma de extrema importância, compõe os três pilares educação, saúde e segurança”.

Atualmente ela atua como vereadora, mas chegou ao município em 2002 para tomar posse no concurso como investigadora da polícia civil. Na época, eram 18 profissionais e hoje são apenas sete, devido a aposentadorias, mortes e afastamentos. “Já pedi ao secretário e aos diretores que olhem para região, apesar das limitações financeiras do estado, é inconcebível ter apenas um policial no plantão”.

Audiência pública


Todos os encaminhamentos feitos pelas lideranças regionais e as forças de segurança durante a audiência pública promovida pelo deputado estadual Dr. Gimenez (PV) serão levadas ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. A senadora Selma Arruda (PSL) participou do evento e garantiu apoio, por se tratar de tema prioritário.

“Já fiz várias indicações ao governo estadual e federal reivindicando melhorias no aparato da segurança pública da região da fronteira oeste, a falta de efetivo é preocupante. Na polícia civil, além de um déficit de 300 policiais para atender os municípios da fronteira, teremos mais 200 aposentadorias previstas que vão afetar no atendimento à população”, pontua o parlamentar.

Conforme o delegado-geral da Polícia Judiciária Civil, Mário Dermeval Aravechia de Resende, o efetivo possui 2,9 mil servidores está aquém das necessidades do estado, que tem mais de 900 km de fronteira com a Bolívia. Porém a situação deve se agravar até o final do ano.

“Em Barra do Garças, por exemplo, cinco dos sete delegados estão aptos a se aposentar. Diante das limitações legais e orçamentárias, as alternativas são utilizar novas tecnologias, terceirização e recursos extras, advindo de parcerias e emendas parlamentares”.





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