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Segunda - 22 de Julho de 2019 às 08:47
Por: Cíntia Borges/Mídia News

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Alair Ribeiro/MidiaNews
A deputada Janaína Riva, que também foi grampeada em esquema de PMs
A deputada Janaína Riva, que também foi grampeada em esquema de PMs

A deputada Janaina Riva (MDB) defendeu que os parlamentares aguardem esclarecimentos do procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, para depois pensarem na abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades cometidas por membros do Ministério Público Estadual (MPE).

O chefe do MPE está com visita agendada ao Poder Legislativo para a próxima terça-feira (23), para prestar esclarecimentos sobre supostas fraudes cometidas por membros do órgão.

As denúncias foram feitas pelo cabo da PM Gerson Correa Junior, réu na ação penal que apura o caso de interceptações clandestinas no Estado, conhecida como “Grampolândia Pantaneira”, durante audiência na Vara Militar.

Para defender seu ponto de vista, Janaína lembrou que a CPI das cartas de crédito do Ministério Público, que apurava indícios de improbidade administrativa dos gestores do órgão, foi arquivada sem conclusão.


Porque se for para fazer uma CPI de um papelão, daquela que foi feita e ficou aqui quatro anos para nada, não compensa fazer CPI. Aí, não. Se for para fazer CPI para inglês ver, é melhor não fazer

“Tem uma pressão muito forte em relação a isso, eu falei: vamos ao menos ouvir primeiro o que está sendo feito. Porque se for para fazer uma CPI de papelão, daquela que foi feita e ficou aqui quatro anos para nada, não compensa fazer CPI. Aí, não. Se for para fazer CPI para inglês ver, é melhor não fazer”, afirmou a deputada ao programa Resumo do Dia.

A parlamentar afirma que se uma acusação parecida fosse feita contra um parlamentar, o MPE já teria interferido e aberto investigação.

“Eu coloquei uma indagação: essa situação, por exemplo, das verbas secretas, se fosse um deputado estadual ou um vereador, haveria um pedido de afastamento e o servidor estaria afastado, isso se ele não fosse preso”.

“Isso não quer dizer que a gente quer que o MPE haja diferente com relação a Assembleia, mas que ele haja igual dentro da instituição. Porque senão fica muito ruim. Você usa uma regra diferente com um Poder, e com a instituição se resguarda? O que está sendo adotado? Os promotores que estão sendo citados, como fica a situação deles? É isso que a gente quer saber”, afirmou.

Janaina grampeada

Na terça (16) e quarta-feira (17), novas revelações sobre o esquema de interceptações telefônicas ilegais foram feitas pelos coronéis da PM Evandro Lesco (ex-chefe da Casa Militar), Zaqueu Barbosa (ex-comandante da Polícia Militar) e o cabo Gerson Correa.

Dentre os fatos relatados, foi apontado pelo cabo Gerson que a deputada Janaina Riva foi grampeada por meio de “barriga de aluguel” - quando números de pessoas comuns são listados como se pertencessem a alvos de investigações policiais - a pedido do promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro, à época chefe do MPE.

“Um promotor foi acusado, por exemplo, de ter pedido para me incluir em uma investigação de tráfico de drogas. Ah, o que é isso? Onde iremos parar?”.

“E só parece que não é grave, quando não é com a gente. Quando é com a gente, aí é muito grave. Se vazasse informações sigilosas da vida privada de qualquer cidadão, ele se indignaria. Tenho certeza disso”, afirmou a parlamentar.





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