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Agronegócios
Quarta - 24 de Julho de 2019 às 11:31
Por: Rose Domingues/Da Assessoria

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Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do país, com aproximadamente 30,3 milhões de animais, dos quais 80% da raça Nelore e ‘anelorado’. Em busca de modernizar e agregar ferramentas de melhoramento genético, pecuaristas do estado estão participando, desde junho, da maior prova de ganho de peso a pasto.

Conforme o presidente da Associação dos Criadores de Nelore (ACNMT), Breno Molina, a proposta é testar e disponibilizar ao mercado touros jovens com alto desempenho produtivo e com biótipo adequado à produção de carne. “Os resultados da prova servirão como instrumento de seleção entre rebanhos e testes de progênies de reprodutores.”

Estão participando 100 animais, de 26 criatórios mato-grossenses. Este ano dividimos a avaliação em dois lotes: acima e abaixo de 250 kg, machos, puros de origem (P.O), nascidos entre 8 de setembro e 7 de dezembro do ano passado. Essa divisão busca nivelar e potencializar o desempenho dos reprodutores.

O tempo de duração é de 290 dias, quando eles serão classificados a partir de critérios da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), entre elite, superior, regular e inferior, sendo este último apenas para efeito classificatório da prova, pois todos são animais superiores. “É como uma corrida de fórmula 1, ou seja, uma competição entre os melhores animais, dos principais criatórios de Mato Grosso”.

Após a fase de adaptação às mesmas condições de manejo e pastagem, que termina em agosto, ocorrerá a primeira pesagem. Serão feitas mais três pesagens intermediárias e uma final, promovendo uma investigação genética que comprovará a categoria diferenciada dos animais.

Entre os itens de desempenho avaliados estão: origem, linhagem paterna e materna, ganho de peso (média diária), circunferência escrotal e fenótipo (aparência), para buscar identificar entre os participantes os que apresentam melhor desempenho global no peso final padronizado (por lote), além de exames de ultrassonografia para medir área de olho de lombo e espessura de gordura, itens que geram mais maciez à carne.

“Temos um diferencial importante neste ano, convidamos as maiores empresas de venda de sêmen do país para vistoriar os animais no final da prova. Por meio dos dados gerados, esses animais poderão ter o material genético divulgado e comercializado em todo país. Isso sem dúvida agregará maior rentabilidade e credibilidade aos nossos pecuaristas”.

O zootecnista da ACNMT, Leonardo Fernandes Mendonça, acrescenta que a participação agrega certificação de qualidade comprovada e credencia o pecuarista para participar de um leilão em que estarão disponíveis os melhores animais da prova. “Faremos uma nova edição em outubro com 80 animais, distribuídos por lotes conforme o ranking em que ficaram classificados”.

Na prova do ano passado, após nove meses de trabalho, a associação dos criadores obteve um resultado importante: o rendimento dos animais avaliados ultrapassou em mais de 100% do que é obtido pelos produtores estaduais em condições semelhantes, no mesmo manejo. A média de ganho de peso deles superou 827 gramas diárias. Participaram no ano passado 139 animais, de 35 criatórios de várias regiões.

A PGP conta com vários parceiros, entre eles, a ABCZ, que chancela as avaliações e o resultado, e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que acompanha todo o processo. Os resultados da prova atual serão disponibilizados em abril do ano que vem.

Pecuária em números

Se Mato Grosso fosse considerado um país, em um ranking comparativo, ficaria em 6º lugar no mundo, atrás da Argentina – que possui 53 milhões de rebanho, e à frente da Austrália – 28 milhões animais. O setor compreende mais de 100 mil produtores, dos quais cerca de 80% com até 290 cabeças.

No entanto, ter o maior rebanho não vem refletindo em melhor rentabilidade ao pecuarista, que enfrenta dificuldade no acesso a linhas de crédito, preço da arroba estagnado, reajuste nos preços de insumos, como mão de obra, sal mineral, ração, arame e diesel, e alta carga tributária, que significa 12 vezes mais impostos que no Pará e 150% a mais que Mato Grosso do Sul.

Breno Molina reforça que mesmo em um cenário de crise estadual e nacional, é prioridade incentivar a implementação de novas tecnologias de manejo e genética pelos produtores. “Estamos comprometidos com o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da pecuária de corte. E a prova de ganho de peso a pasto é um exemplo desse nosso esforço”.

Serviço

Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (65) 3624-0182/3322-0712 ou na página eletrônica da associação: http://www.neloremt.org.br.





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