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Agronegócios
Quinta - 15 de Agosto de 2019 às 09:44
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiabá

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Lenine Martins/Secom-MT

A receita do campo, em Mato Grosso, está se consolidado recorde em 2019, ao apontar R$ 94,52 bilhões. A estimativa realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), se mostra recorde para o Estado, que diante de um faturamento 6,51% acima do consolidado no ano passado, se mantém líder no ranking nacional, respondendo por 15,7% do faturamento nacional.

Pelo segundo ano consecutivo, o Estado que é o maior produtor nacional de grãos e fibras, assume lugar de destaque no País, superando a receita paulista, que até 2017, seguia como a maior do Brasil. No ano passado, a receita agropecuária estadual somou R$ 88,74 bilhões, volume recorde para a série local, até então.

Dados atualizados pelo Mapa mostram que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Mato Grosso apresenta avanço anual, tanto na receita gerada pela agricultura como pela atividade pecuária. O recorde está alicerçado sobre o bom desempenho do algodão, do milho e da bovinocultura, atividades que além do peso que agregam ao VBP estadual, registram consideráveis aumentos no faturamento anual, incluindo recordes, como é o caso do cereal e da fibra.

Dos R$ 94,52 bilhões projetados, R$ 76,64 bilhões virão das lavouras e outros R$ 17,87 bilhões da pecuária. Se confirmado, o segmento da agricultura será responsável por mais de 81% do faturamento do VBP estadual em 2019. O calculo do VBP leva em consideração as 20 principais culturas de cada unidade da federação. A receita deriva das médias de preços em determinados períodos para cada cultura, bem como os volumes produzidos. Por isso, o faturamento projetado se refere apenas ao que ocorre da ‘porteira para dentro’, justamente por considerar preços e volumes produzidos.

Em destaque em Mato Grosso estão as lavouras de milho, de algodão, de soja e de cana-de-açúcar. Na pecuária se destacam a bovinocultura, a suinocultura, a avicultura e as produções de ovos e de leite. No campo, apenas a soja apresentou queda anual. Na pecuária, somente a produção de ovos.

GANHOS E PERDAS - O algodão assume novo valor histórico em 2019, com receita estimada em R$ 26,05 bilhões, contra R$ 22,37 bilhões no ano passado, até então um recorde. O milho, com receita (também recorde) de R$ 11,94 bilhões contra R$ 9,54 bilhões. Há menos de dez anos, na safra 2010, o VBP do cereal somava pouco mais de R$ 3 bilhões.

A cana-de-açúcar deverá somar R$ 2,05 bilhões, ante um faturamento anterior de R$ 1,92 bilhão.

Apesar do peso que agrega ao agronegócio estadual, seja no VBP como nas exportações, a soja é a principal commodity do Estado a fechar o ciclo em retração. No ano passado o VBP somou R$ 37,68 bilhões e nesse ano – com a safra totalmente encerrada desde abril – a oleaginosa aponta R$ 34,82 bilhões. Por mais que haja ajustes de mercado sobre as cotações da saca no decorrer do atual ano-safra, não serão suficientes para reverter o saldo, já que de uma produção de mais de 32,8 milhões de toneladas – recorde de produção – quase 90% desse volume estão comercializados até meados desse mês.

Na pecuária, a bovinocultura deve contabilizar R$ 13,33 bilhões contra R$ 11,84. A avicultura deverá atingir R$ 2,44 bilhões ante R$ 2,14 bilhões, suínos passa de R$ 828,25 milhões para R$ 920,51 milhões. A produção do leite deve ampliar a receita para R$ 577,49 milhões contra R$ 523,06 milhões do ano passado e a produção de ovos, a única desse segmento em queda, passa de R$ 620,77 milhões para R$ 592,95 milhões.

“Essas tendências observadas devem permanecer até o final do ano, pois a safra deste ano está praticamente encerrada”, disse o coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação, da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques, em declaração divulgada pelo ministério.

BRASIL - O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) nacional deve somar R$ 603,4 bilhões este ano. Esse valor seria o segundo maior alcançado pelo setor agro nos últimos trinta anos. O maior valor, de 2017, foi de R$ 607,9 bilhões.

De acordo com as estimativas, as principais lavouras representaram R$ 399 bilhões e a pecuária, R$ 204,4 bilhões. O otimismo do governo federal se baseia no desempenho das culturas do algodão, com aumento real de 16,6% no VBP, do amendoim (14,3%), da banana (20,5%), da batata inglesa (117,8%), do feijão (64,9%), do cacau (1,9%), da laranja (8,1%), da mamona (34,9%), do milho (22,9%), do tomate (19,6%) e do trigo (8,2%).

Já na pecuária, destacam-se os valores da carne de frango (13,4%) e de suínos (9,3%), e por último a carne bovina, com aumento de 1,3%. Nem todos os setores produtivos, porém, têm apresentado boa performance. Arroz, café, cana-de-açúcar, mandioca, soja e uva, responsáveis por 58% da produção nacional, estão rendendo menos que no ano passado.





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