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Meio Ambiente
Terça - 20 de Agosto de 2019 às 14:03
Por: G1 MT

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Incêndio durou mais de uma semana no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães — Foto: Christian Berlinck
Incêndio durou mais de uma semana no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães — Foto: Christian Berlinck

Com 13 mil focos de calor já registrados neste ano, Mato Grosso enfrenta o período mais crítico de queimadas nos últimos sete anos. Um dos maiores incêndios registrados recentemente, no período de seca extrema destruiu 11% do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (PNCG), a 65 km de Cuiabá, segundo o Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mas agora está controlado. Dois atrativos turísticos chegaram a ser fechados por conta do fogo e da fumaça.

No leste do estado, 13 mil hectares do Parque Estadual Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade, a 562 km da capital, foram queimados. Já na região norte, vários animais morreram em consequência das queimadas e uma comunidade rural foi destruída pelo fogo.

"Foram muitos prejuízos. Tinha milho, tinha cana, tinha tudo, mas não sobrou nada”, relatou a produtora rural Maria Queiroz.

O Corpo de Bombeiros informou que é preciso selecionar as ocorrências mais graves para atuar, pois, em Mato Grosso, apenas 22, das 141 cidades, possui unidades dos bombeiros.

“Os focos estão em setores totalmente opostos e isso acaba fazendo com que nosso braço não alcance todas as ocorrências que são solicitadas durante o dia”, ressaltou o comandante adjunto do Corpo de Bombeiros de Sorriso, Heraldo Moura.

O combate a incêndios florestais, em Mato Grosso, é feito com o apoio do ICMBio, que atua em unidades de conservação federais e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Incêndio no Parque Estadual Serra de Ricardo Franco — Foto: Reprodução

As queimadas

Além das queimadas em no PNCG e no Parque Estadual Ricardo Franco, metade dos 600 hectares de lavoura de uma fazenda em Sorriso, a 428 km de Cuiabá, foi destruída.

Em um assentamento, também em Sorriso, 12 das 26 chácaras foram atingidas pelo fogo. Plantações inteiras de hortifrutigranjeiros foram perdidas.

Entre a área de domínio da BR-163, dos dois lados da pista, fazendas e o assentamento onde moram cerca de 30 famílias foram queimados aproximadamente 500 hectares.

O clima quente e seco no estado é favorável ao aumento de queimadas, segundo os bombeiros. Com isso, vários pontos em regiões urbanas também foram registrados queimadas e focos de calor.

Bloqueio do Fundo Amazônia

O Corpo de Bombeiros afirmou que precisa de mais apoio e vê com preocupação o bloqueio do Fundo Amazônia que, até este ano, investiu R$ 12 milhões em estrutura para combate ao fogo no estado.

Os recursos vindos do Fundo Amazônia foram responsáveis pela montagem do batalhão de emergências ambientais do estado, dois aviões de combate a incêndios, novos equipamentos, além da aquisição de viaturas de combate a incêndios.


Com o bloqueio dos repasses da Alemanha e Noruega para o Fundo, o governo do estado, que passa por uma grave crise financeira, afirmou que não terá como manter e expandir o combate, pois vai precisar retirar dinheiro de outras áreas para continuar investindo. A compra de um novo avião e mais veículos, dependia do dinheiro do Fundo Amazônia e agora dever ser cancelada.

“Se o estado brasileiro deseja defender o meio ambiente contra incêndios florestais, há que se criar alguma maneira de se captar esse recurso, algum fundo. Tem que ver qual o interesse do estado brasileiro", ressaltou o coronel Paulo André da Silva Barroso.

A diretora do Instituto Centro da Vida (ICV), Ana Paula Valdiones, que tem projetos de cultivo sustentável na região da Amazônia financiados pelo Fundo Amazônia, explicou que a falta de recursos para o combate a incêndios deve vai atingir esses órgãos.

“Quase 60% do recurso alocado pelo Fundo Amazônia são para projetos de órgãos federais, estaduais e municipais, então o impacto da desestruturação do Fundo Amazônia é muito preocupante”, afirmou a diretora.





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