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Quinta - 22 de Agosto de 2019 às 11:00
Por: Carlos Martins/Especial para Folhamax

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O ex-deputado federal Valtenir Pereira (MDB) se declarou “surpreso” com o cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência na manhã desta quinta-feira (22), durante a deflagração da 2ª fase Operação Tapiraguaia, da Polícia Federal. O ex-parlamentar estava em Brasília quando os policiais chegaram a sua casa, em Cuiabá.

A operação, segundo a Polícia Federal, apura esquema de pagamento de propina por meio de contratos para execução de obras em cidades do interior do Estado. As investigações preliminares indicam que políticos teriam recebido mais de R$ 600 mil de maneira irregular.

Por meio de nota, Valtenir alega que “não fez nada de errado”. “A relação que tenho com as prefeituras em questão é institucional e de muito trabalho”, colocou.

O parlamentar, contudo, não entrou em detalhes sobre as relações com outros políticos investigados. “Tudo será devidamente esclarecido na instância adequada. Estou à disposição das autoridades”, garantiu.

Até o momento, foi confirmada, além da diligência contra o ex-deputado, a prisão do ex-prefeito de Confresa, Gaspar Lazzari (PSD). Outros dois mandados de prisão foram expedidos, assim como 11 buscas e apreensão.

A operação é realizada nas cidades de Cuiabá, São Félix do Araguaia, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia, Apiacás e também em Brasília (DF).

TAPIRAGUAIA 2

A segunda fase é resultado da análise dos dados bancários e dos objetos apreendidos durante a primeira fase da operação, ocorrida em 30 de janeiro deste ano. O material colhido aponta que um ex-deputado federal de Mato Grosso (hoje suplente de deputado), no período entre 2014 a 2016, teria montado um esquema criminoso em conluio com empresários e prefeitos de Confresa e Serra Nova Dourada.

Segundo a PF, cerca de R$ 601 mil teriam sido utilizados para pagamentos de propina. As investigações mostram que o então deputado teria viabilizado a realização de convênios entre o Ministério da Integração Nacional, através da Secretaria Nacional da Defesa Civil e as prefeituras, amparando-se na justificativa de construção de pontes de concreto emergenciais, devido às enchentes provocadas pelas chuvas.

Os prefeitos, beneficiados com os recursos federais, realizavam licitações repletas de irregularidades, combinando previamente com os empresários contratados para a execução das obras. Os políticos exigiam propinas a essas pessoas, na medida em que fossem realizados os pagamentos.

Os valores utilizados nas propinas provinham na maioria das vezes de medições fraudulentas, como atestados de serviços não realizados ou realizados a menor. Os montantes eram repassados aos gestores municipais e ao ex-deputado, por meio de depósitos e transferências em contas de terceiros.

A análise policial também aponta a emissão de cheques, entregas de dinheiro em espécie e até mesmo pagamento de boletos e contas dos gestores públicos (contas de energia, boletos de estabelecimentos comerciais, dívida em hotéis, etc). Os valores repassados ao deputado eram, em regra, depositados em contas bancárias de seus assessores ou de empresas a eles vinculadas, sendo que uma das empresas é fantasma.

Ainda segundo a PF, os assessores e as respectivas empresas recebiam valores avulsos das prefeituras por suposta prestação de serviços de assessoria e consultoria para liberarem as parcelas dos convênios por meio de lobby. As obras da prefeitura de Confresa teriam gerado em torno de R$ 413 mil em propinas aos agentes públicos envolvidos, enquanto as de Serra Nova Dourada o montante de R$ 187 mil.

O nome da operação faz referência à palavra “Tapiraguaia”, primeiro nome do município de Confresa. O termo é uma junção das palavras “Tapirapé” e “Araguaia”, dois rios da região norte mato-grossense.

Íntegra da nota de Valtenir

Fiquei surpreso com a diligência que foi realizada em minha residência nessa manhã do dia 22/08/19, dia do aniversário da minha Filha.

Estou absolutamente tranquilo porque não fiz nada de errado. A relação que tenho com as prefeituras em questão é institucional e de muito trabalho.

Tudo será devidamente esclarecido na instância adequada. Estou à disposição das autoridades e confio na Justiça!

Assessoria de Imprensa

VALTENIR PEREIRA (MDB-MT)





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