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Terça - 08 de Outubro de 2019 às 14:37
Por: Diego Frederici/Folha Max

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O Partido Progressista (PP) teria recebido R$ 7 milhões do ex-governador Silval Barbosa, no ano de 2010. Os recursos seriam utilizados nas campanhas eleitorais parlamentares e majoritárias que ocorreram naquele ano.

Naquela eleição, o PP indicou Chico Daltro ao cargo de vice-governador na chapa de Silval. A informação consta da proposta de colaboração premiada proposta pelo ex-deputado estadual José Riva, remetida para análise do Ministério Público do Estado (MP-MT) em março de 2019.

De acordo com informações do documento, o próprio José Riva, que fazia parte do PP à época, teria intermediado o “repasse” milionário ao partido. Inicialmente, porém, o ex-deputado estadual confessou que buscava ainda mais recursos, quando pediu a Silval Barbosa R$ 10 milhões na companhia de outro colega parlamentar da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) que teve o nome ocultado no documento do qual o FOLHAMAX teve acesso.

“Na campanha de 2010, juntamente com o ex-deputado [...] O Colaborador negociou com Silval Barbosa uma ajuda de R$ 10.000.000,00 para o PP (Partido Progressista) que seria distribuída entre os candidatos, porém, pode afirmar que do valor combinado, Silval Barbosa pagou cerca de R$ 7.000.000,00”, diz trecho da proposta de delação.

José Riva segue narrando os supostos esquemas ocorridos nas eleições de 2010. Segundo ele, “diversos candidatos a deputado Estadual” receberam R$ 100 mil de um total de R$ 1,7 milhão.

A ajuda, conforme explica o ex-parlamentar, veio de uma pessoa que teve o nome ocultado na proposta de delação, sendo apontada apenas como o “caixa da campanha de Silval Barbosa”. O repasse dos valores foi determinado pelo próprio ex-governador por meio da emissão de cheques “por parte de uma Universidade” – também não especificada. “Em que pese o colaborador estivesse cassado por determinação da Justiça Eleitoral, ou seja, sem mandato, motivo pelo qual sequer pode esclarecer quais os deputados que receberam a propina, pode afirmar, no entanto, que esses valores foram disponibilizados por determinação de Silval Barbosa através da emissão de cheques por parte da Universidade”, revelam os autos.

Ainda de acordo com o ex-deputado estadual, Silval Barbosa teria “patrocinado” 300 mil litros de óleo diesel, além de R$ 1 milhão em dinheiro, mais R$ 1 milhão em materiais gráficos, para auxílio na campanha de uma candidata (que também teve o nome ocultado), a pedido do próprio José Riva. “No mesmo sentido, esclarece o colaborador que Silval Barbosa entregou 300 mil litros de óleo diesel, mais R$1.000.000,00 em dinheiro e R$ 1.000.000,00 em material gráfico, a fim de ajudar na campanha da candidata tudo a pedido do colaborador”, diz outro trecho da proposta de colaboração.

As informações envolvendo o ex-governador Silval Barbosa não foram citadas por ele em seu próprio acordo de colaboração premiada. Atualmente José Riva não ocupa nenhum cargo eletivo. A proposta de delação foi encaminhada a Procuradora de Justiça Ana Cristina Bardusco, do MP-MT.

A informação prestada por José Riva não consta no acordo de colaboração premiada firmado entre Silval Barbosa e o Ministério Público Federal. Em nenhum momento das declarações que vieram a público, o ex-governador citou ter abastecido um partido inteiro na campanha de 2010.





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