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Judiciário e Ministério Público
Segunda - 28 de Outubro de 2019 às 17:08
Por: Mikhail Favalessa e Bárbara Sá/RD News

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Apontado como um dos líderes do CV, Petróleo foi encontrado morto com sinais de tortura na Penitenciária Central
Apontado como um dos líderes do CV, Petróleo foi encontrado morto com sinais de tortura na Penitenciária Central

Em seu último depoimento à Justiça antes de morrer, o criminoso Paulo Cesar da Silva, o Petróleo, apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho (CV) em Mato Grosso, disse que não conhecia os três policiais militares investigados na Operação Assepsia antes do dia em que foi frustrada a entrada de 86 celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE).

Ele prestou depoimento na quinta (24) e foi encontrado morto no domingo (27), dentro de sua cela.

Petróleo ainda afirmou que Anderson de Andreia Lemes, sogro do comparsa de facção Luciano Mariano da Silva, vulgo Marreta, estava sendo acusado injustamente de dirigir a caminhonete que levou o freezer “recheado” com os celulares à penitenciária.

Anderson foi identificado por agentes penitenciários como sendo o motorista da caminhonete em 6 de junho deste ano. O veículo seria de propriedade de Marreta e estaria emprestado a Petróleo naquela data.

"Isso é uma injustiça que estão fazendo com ele (Anderson). Se pegar as próprias imagens, ouvi falar que não deu para ver as imagens, se pegar as imagens do motorista da caminhonete e comparar com as dele, deve ter algum perito, alguma coisa que vai identificar se é ele ou não", declarou.

Petróleo dividia um cubículo da PCE com, pelo menos, outros quatro presos. Além dele e Marreta, estavam naquela cela do Raio 5, Sidney Bitercourt, vulgo Homem Aranha, Lindomar Rodrigues Madureira, vulgo Mujica, e Baltazar Leandro da Costa Neto, conhecido como um dos maiores ladrões de carros em Mato Grosso.

O tenente Cleber de Souza Ferreira, o subtenente Ricardo de Souza Carvalhaes e o cabo Denizel Moreira são julgados separadamente em processo que corre na 11ª Vara Criminal da Justiça Militar em relação à entrada do freezer. Apontado como informante da PM, Petróleo negou que conhecesse os militares ou que houvesse intermediação deles para entrada dos celulares.

“Até na onde eu sei, não tinha (envolvimento da PM). Eu vim saber no final da história ali na reunião. Tive só ciência na hora da reunião que eles seriam policiais. Para mim, eu achava que eram agentes penitenciários”, disse.

Celulares dentro do sistema é, quem conseguir trazer, comercializa. Só não pode, como é que fala, extorquir no preço alto. Só a meta do preço que é tabelado. Mas quem conseguir colocar para dentro, vende

Petróleo

A reunião foi filmada pelas câmeras de segurança da PCE e mostra os três militares, o ex-diretor da PCE Revétrio Fransisco da Costa, o ex-subdiretor da unidade Reginaldo Alves dos Santos, conhecido como Peixe, conversando na sala da direção antes da chegada do freezer. O criminoso disse que única participação de Marreta teria sido o empréstimo da caminhonete.

“Não (sabia). Falei para ele (Marreta) que ia usar a caminhonete para carregar um objeto. Mas até então, como nem eu sabia o que iria vir, falei que era para me emprestar durante o dia. E aí que no final do dia entregava de volta”, contou.

Ele ainda evitou falar os nomes de outros criminosos envolvidos na venda de produtos ilícitos dentro da PCE, mesmo sendo questionado pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

“Celulares dentro do sistema é, quem conseguir trazer, comercializa. Só não pode, como é que fala, extorquir no preço alto. Só a meta do preço que é tabelado. Mas quem conseguir colocar para dentro, vende”, relatou.

João e a caminhonete

Petróleo ainda falou sobre a identificação do suposto motorista da caminhonete, que seria alguém chamado “João”. O veículo teria sido levado para a Bolívia depois que a operação foi deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). O criminoso disse que ainda devia cerca de R$ 37 mil a Marreta pelo sumiço da caminhonete.

“Ele é branco, olhos verdes, meio gateado. Magro, cabelo liso. Conheci ele no sistema no Pascoal Ramos, em 2007. Ele respondia por tráfico”, descreveu o suposto João.





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