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Judiciário e Ministério Público
Quinta - 05 de Março de 2020 às 16:37
Por: Andhressa Barboza e Mikhail Favalessa/RD News

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O desembargador Gilberto Giraldelli, presidente do TRE-MT, durante sessão; ele garante que TSE já previsionou valor para realizar eleição de abril
O desembargador Gilberto Giraldelli, presidente do TRE-MT, durante sessão; ele garante que TSE já previsionou valor para realizar eleição de abril

alta de orçamento não justificaria a suspensão da eleição para o Senado como alegou o governador Mauro Mendes (DEM), em pedido encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). Esse é o entendimento do presidente da corte, desembargador Gilberto Giraldelli, que afirma já ter garantido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o valor necessário para cobrir as despesas de realização da eleição.

Mauro justifica seu pedido devido ao alto custo direto e indireto para realizar a eleição no próximo mês, que ultrapassaria R$ 8 milhões, sendo que as eleições municipais estão marcadas para outubro. Mas toda a logística que envolve a realização das eleições já está garantida segundo o desembargador. “Tem uma despesa que deve incidir nas secretarias de Segurança e de Educação que oferecem a estrutura de segurança e o espaço das escolas, mas é somente isso”, afirmou Giraldelli em entrevista ao .

O chefe do Poder Executivo, demonstrando desconhecer a hierarquia da estrutura do Poder Judiciário neste caso, solicitou ao TRE-MT a suspensão da eleição para o Senado, marcada para 26 de abril. Contudo, a decisão sobre o assunto cabe ao TSE, uma vez que o tribunal regional “não tem a prerrogativa de escolher a realização ou não da eleição”.

Foi ainda o TSE quem determinou a cassação do mandato da senadora Selma de Arruda (Podemos) e convocou nova eleição. O TRE-MT cuidaria de “simples execução de ordem judicial à qual não cabe questionar, muito menos recusar cumprimento e este Regional cabe somente exercer sua missão de fazer as eleições e cumprir com o que foi decidido pela instância superior, o TSE”, como diz trecho da resposta do desembargador Giraldelli ao governador.

Sobre outra justificativa de Mauro para a suspensão da eleição que envolve a questão do coronavirus, o desembargador preferiu não responder.

Mauro foi criticado por aliados e correligionários, como o deputado federal Júlio campos (DEM) que é pré-candidato ao Senado. Ele disse que a base ficou “estupefata” com a ação do governador.

Nos bastidores, o que se fala é que Mauro quer beneficiar o aliado apoiador Carlos Fávaro (PSD). Tese rebatida pelo chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho. No pedido ao TRE-MT, Mauro chega a afirmar que representação de Mato Grosso no Senado não será prejudicada com a suspensão da eleição porque a senadora ainda está no cargo e quando o mandato for extinto, o terceiro colocado Carlos Fávaro (PSD) deve assumir, conforme liminar do presidente do STF, ministro Dias Toffoli.

Reprodução

Resposta Giraldelli a Mauro

Fac-símile do ofício do presidente do TRE-MT, desembargador Gilberto Giraldelli, encaminhado ao governador Mauro Mendes, sobre pedido





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