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Repórter News - reporternews.com.br
Agronegócios
Sexta - 06 de Março de 2020 às 18:39
Por: Thielli Bairros | Sedec MT

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Para promover a carne de Mato Grosso é preciso ter critérios claros para atestar sua sustentabilidade. A afirmação, é de Caio Penido, representante do Instituto Mato-grossense da Carne (IMAC), durante a abertura do workshop “Protocolo de Monitoramento de Fornecedores de Gado”. O evento, promovido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e pelo Ministério Público Federal (MPF), reúne representantes dos frigoríficos mato-grossenses e segue até hoje (06/03), em Cuiabá.

O protocolo desenvolvido pelo Imaflora sistematiza uma série de critérios usados pelo MPF em termos de ajustamento de conduta definidos junto a indústrias frigoríficas desde os anos 2000 na região Amazônica e em Mato Grosso. Incluem análise geoespacial e documental e checagem de dados para identificar se uma determinada propriedade pratica desmatamento ilegal, ou tem área embargada ou se está na lista de trabalho escravo, por exemplo. Na prática, se o fornecedor cumprir os critérios que constam no protocolo, significa que aquela propriedade está desenvolvendo uma pecuária sustentável.

“O protocolo vem em um momento importante para trazer o Código Florestal como marco regulatório do setor. Com esta harmonização, teremos referência clara do que é preciso fazer e, ao mesmo tempo, assumimos um compromisso pela intensificação sustentável da pecuária mato-grossense. Como Imac, podemos fomentar esta intensificação nas áreas degradadas, estimulando o produtor a produzir mais e a partir de uma plataforma online de assistência técnica. Nosso foco é exatamente esse: construir uma série de informações para produzir mais e melhor”, explica Caio Penido.

De acordo com Lisandro Souza, coordenador de projeto da iniciativa de Clima e Cadeias Agropecuárias do Imaflora, o primeiro objetivo é apresentar o projeto Boi na Linha e, em seguida, detalhar o protocolo. “Estamos mostrando quais são os critérios, que parâmetros adotar, as regras para reinserir o produtor que não estava podendo comercializar. O intuito é capacitar e engajar esses atores da cadeia da produção. Essa plataforma dá orientação e permite o diálogo para que as indústrias possam cumprir todos os quesitos exigidos pelo Ministério Público Federal nos termos de ajustamento de conduta firmados nos últimos anos na região do bioma amazônico”, observa.

Procurador da República em Mato Grosso, Erich Masson acredita que o convênio assinado com o Imac em janeiro para reinserir no mercado legal da carne pecuaristas dispostos a se adequarem às exigências legais converge com o workshop do Imaflora. “O Ministério Público Federal também deseja atender uma exigência dos frigoríficos, que é ter uma mesma ‘régua’ para o mercado. Os frigoríficos que têm TAC se comprometeram a verificar todos os problemas, mas existem frigoríficos que não assinaram o acordo e os participantes se sentem em uma concorrência desleal. O protocolo ajuda a coibir essa situação”, diz.

“Somos parceiros do MPF na implementação da legislação e no respeito ao código ambiental nacional. Mas reivindicamos isonomia no tratamento entre as indústrias. Nos preocupamos com o fato de que empresas de outros estados não possuem os mesmos compromissos que a indústria local”, pontua Paulo Bellincanta, presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo-MT). Masson explica que os pecuaristas que serão reinseridos estarão aptos a vender para todos os frigoríficos, ao passo em que o MPF aumentará a fiscalização junto a indústrias que não assinaram o TAC.

O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) é um serviço social autônomo formado por representantes do setor produtivo pecuário, da indústria e do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Com a missão de promover a carne de Mato Grosso, é o elo do setor conversando com pecuaristas e a indústria para que a carne mato-grossense seja reconhecida no mercado mundial.





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