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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 16 de Setembro de 2020 às 17:01
Por: Da Assessoria

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Mesmo com a reabertura do comércio, o segmento de tecidos, confecções e armarinhos de Mato Grosso foi um dos mais prejudicados e já calcula danos considerados irrecuperáveis. O presidente do sindicato que representa a categoria (Sincotec-MT), Roberto Peron, explica para a Fecomércio-MT que, lamentavelmente, ainda não haverá a realização de ações promocionais como forma de recuperar parte do prejuízo, como o LiquidaCentro 2020. Ele também comenta na entrevista que muitas das ações de governo contribuíram para os efeitos negativos na economia. Roberto Peron reforça que a retomada da economia deve ocorrer de forma lenta e em parceria com demais entidades representativas, contribuindo, assim, com a economia em geral.

Qual a contribuição do segmento para a economia em Mato Grosso?

O Sindicato do Comércio Varejista de Tecidos, Confecções e Armarinhos de Mato Grosso (Sincotec-MT), assim como os demais sindicatos que compõem a base da Fecomercio-MT, tem como objetivo principal participar das discussões sobre a política socioeconômica no estado, visando representar o seu segmento e contribuindo com ideias e propostas em busca de melhoria para seus representados. Temos acompanhado, diariamente, proposituras que venham impactar o segmento, e que neste período de pandemia não foram poucas. As Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) tratadas por nós têm priorizado a segurança jurídica, evitando, assim, passivos trabalhistas para o futuro.

Quais os impactos para o segmento com as medidas adotadas durante a pandemia em nosso estado?

Falar sobre os impactos que o segmento sofreu nesta pandemia nos deixa um pouco tristes e preocupados, pois em primeiro lugar as autoridades não nos ouviram, principalmente as prefeituras, que a bel prazer e sem ouvir o setor foi fechando tudo, o que nos levou a uma perda de receita superior a 90%. Muitas das empresas que fecharam não conseguirão reabrir novamente, o processo de reinventar no nosso segmento é muito lento, principalmente para as MEs/EPPs, tanto de rua quanto de shopping. As empresas que não tinham dívidas agora provavelmente terão, ou por terem recorridos aos bancos ou simplesmente não conseguiram pagar seus fornecedores. No entanto, afirmo que nem tudo está perdido, a retomada da economia nos mostra que é possível vencer.

Sobre a ação que o sindicato realizado há anos, o LiquidaCentro, existe a possibilidade da realização ainda em 2020?

Lamentável, mas não será possível a realização do LiquidaCentro neste ano. Tudo indica que a pandemia irá nos tomar mais alguns meses, até que possamos voltar à normalidade e, por isso, estamos trabalhando para que outras ações possam ajudar o segmento, principalmente na área do conhecimento. Estamos disponibilizando vários modelos de cursos a distância e a custo zero ao lojista associado ou sindicalizado em dia com as suas contribuições.

Como o sindicato enxerga a atuação de nossos governantes nas tratativas para superar o atual momento?

Infelizmente, nossos governantes ainda não acordaram para a realidade. Um exemplo disso é o aumento da carga tributária imposta pelo novo sistema de cobrança do ICMS. Entendemos que seria o momento de o governo trabalhar forte na atração de novos investimentos para o nosso estado, e o que vemos é a saída de capital e o fechamento de postos de trabalho.

O que a entidade sindical espera para o segmento em um futuro próximo e para a economia?

Nossa esperança é de uma retomada lenta, mas gradativa. Sentimos que temos a possibilidade de voltarmos a crescer, não a curto prazo, pois se tivermos uma explosão de consumo, poderemos ter muitos problemas, principalmente com a volta da inflação e com o aumento dos juros. Nossas indústrias não estão preparadas, a tempos deixaram de fazer investimentos em tecnologia para importar matéria-prima para o nosso setor, contribuindo com a geração de emprego e renda fora do Brasil.

De que forma o sindicato tem atuado para representar o segmento nas demandas políticas?

Com participação ativa nas demandas do setor, buscando sempre estar presente ou ter sempre um representante da categoria. Além disso, com frequentes reuniões virtuais com sindicatos de todo o país, está se criando um fórum nacional permanente de sindicatos patronais e de empregados para tratar das grandes demandas nacionais em conjunto com as grandes redes de varejo e atacado no Brasil. Estabelecer um canal de comunicação direto com a central de cada uma delas facilitará nas decisões de novas cláusulas que poderiam impactar em um segmento e deixar outro em situação diferenciada. Todas essas ações acabam por contribuir na arrecadação e manutenção dos sindicatos.

Em âmbitos gerais, como o dirigente sindical tem atuado para melhorar sua representatividade?

Nossa atuação sempre foi de trabalhar pelo segmento que representamos, sempre em busca de dias melhores para cada empresa do nosso ramo. Tentar diminuir sempre a burocracia e os entraves que as leis impostas nos colocam. Trabalhar em harmonia com todos os outros sindicatos, no sentido de unir para mais representar, pois sabemos que juntos sempre seremos mais fortes.

Como a entidade vê a Fecomércio-MT nestes dois anos de gestão e também como a representante máxima do comércio em Mato Grosso?

A alternância de poder tem se mostrado salutar. Defendo que isso continua ocorrendo de forma democrática, principalmente quando essa alternância visa o futuro e não o passado, portanto, vejo que os passos dados até agora da nova diretoria estão nos levando para o caminho certo, visando o futuro e deixando o passado. A atuação me agrada muito e tenho certeza que este deve ser o pensamento de nossa diretoria, pois uma federação só existe por causa dos seus sindicatos filiados. Além disso, o cuidado com a base e fundamental em qualquer instituição, principalmente neste momento de transição em que estamos vivendo, temos muitos sindicatos que precisam de maior representação.





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