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Saúde
Domingo - 20 de Setembro de 2020 às 08:12
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Há mais de uma semana, grande parte de Mato Grosso está coberta por uma densa camada de fumaça
Há mais de uma semana, grande parte de Mato Grosso está coberta por uma densa camada de fumaça

A saúde humana é bastante afetada pelas queimadas florestais porque a fumaça proveniente dela contém diversos elementos tóxicos.

A lista de problemas provocados pela inalação dos poluentes é grande.

Entre os mais leves, estão dor e ardência na garganta, tosse seca, cansaço, dificuldade para respirar, dor de cabeça e lacrimejamento e vermelhidão nos olhos.

Também podem agravar os quadros de doenças, como rinite, asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e, numa exposição mais prolongada às substâncias tóxicas, eleva o risco de desenvolvimento de câncer.

Há mais de uma semana, grande parte de Mato Grosso está coberta por uma densa camada de fumaça provocada pelas queimadas que destroem a vegetação do Pantanal, Amazônia e Cerrado, três biomas localizados no Estado.

Para a pesquisadora e professora doutora da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Carolina Joana da Silva, o Estado tem que ficar preparado para o pós-queimada, em Mato Grosso.

“Nós vamos ter problema de saúde humana também. Problemas muitos sérios. O que está sendo queimado é uma biomassa com potencial muito forte de estar liberando substância cancerígena. Isso já está sendo estudado”, afirmou.

Conforme ela, os prejuízos ambientais e à saúde devem continuar sendo registrados com a chegada das chuvas.

“Com a quantidade de matéria orgânica que foi queimada e de cinza, a chuva vai trazer matéria orgânica para a água do Rio Paraguai e outros rios do Pantanal”, disse a professora, em entrevista à TVCA.

“Isso vai causar a diminuição do oxigênio na água e vai ter muita morte de peixes, uma situação que já acontecia, já tem essa mortandade todo ano, mas não nessa extensão (a ser registrada). Então, vamos ter perda da qualidade da água da chuva, vamos ter falta de água. A situação é séria”, completou.

Segundo ela, há uma equipe preparada para coletar as primeiras gotas da chuva para monitorar a situação e/ou a qualidade da água.

FOCOS DE CALOR - De janeiro até sexta-feira (18), Mato Grosso registrava 36.908 focos de calor, o que representa um aumento de 44% em relação ao mesmo período de 2019, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No país, já são 143.341 ocorrências, sendo 48,5% na Amazônia, 28,8% no Cerrado e 11,1% no Pantanal, além da Mata Atlântica, Caatinga e o Pampa.

De acordo com especialistas, a fumaça dos incêndios contém partículas finas e ultrafinas, sendo que, as menores, ao serem inaladas, percorrem todo o sistema respiratório e podem atingir os alvéolos pulmonares, provocando inflamação ou mesmo lesões no DNA que podem fazer com que as células se reproduzam desordenadamente ao ponto de levar à formação de câncer.

Outro composto prejudicial presente na fumaça é monóxido de carbono (CO), que, quando inalado, também atinge o sangue, onde se liga à hemoglobina, o que impede o transporte de oxigênio para células e tecidos do corpo.





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