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Cidades/Geral
Sexta - 25 de Setembro de 2020 às 11:54
Por: Wellington Sabino/Folha Max

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O contrato que deu início às investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e resultou na prisão do então secretário adjunto sistêmico da Casa Civil, Wanderson de Jesus Nogueira, acusado de receber propina de R$ 20 mil, foi assinado no dia 25 de agosto deste ano, ao custo de R$ 999,5 mil. A empresa contratada foi a TMF Construções e Serviços Eireli (Equipaseg), com previsão de 12 meses de duração.

Wanderson foi preso em fragrante na noite desta quinta-feira (24). FOLHAMAX apurou que o Gaeco já estava monitorando a empresa e o ex-secretário há algum tempo. Os agentes do Gaeco perceberam que um representante da empresa, Thiago Ronchi Adrien Eugênio, sacou valores em um banco na Capital e resolveram acompanhá-lo.

A equipe foi chefiada pelos delegados Márcio Moreno Vera e Marcelo Martins Torhacs. Curiosamente, na quarta-feira, o Estado pagou R$ 123.774,18 mil a empreiteira.

Neste ano, de acordo com documentos obtidos obtidos com exclusividade peo FOLHAMAX, o Gaeco apurou que a TMF recebeu R$ 3.2414 milhões dos cofres públicos, "tendo vários outros empenhos que ainda não foram liquidados". As diligências resultaram na prisão do secretário-adjunto em frente ao seu apartamento num prédio de luxo na avenida do CPA.

No momento da detenção, Wanderson estava de carona num Corolla e descia do carro de um outro secretário adjunto da Casa Civil com uma mochila com o dinheiro e outros documentos que foram apreendidos. O outro adjunto da Casa Civil foi levado ao Gaeco na condição de testemunha e, posteriormente, liberado.

Ele não tem relações com o flagrante. Um tenente coronel da Polícia Militar, que também é adjunto na Casa Civil, também passou a ser testemunha do Gaeco.

Wanderson teria recebido os valores durante um encontro no Palácio Paiguás, sede do Governo do Estado. Na manhã desta sexta-feira (25) o Governo do Estado divulgou uma nota informando que exonerou Wanderson Nogueira da função que ocupava na Casa Civil.

Ele integrava a equipe do Governo de Mato Grosso desde o início da atual gestão, em janeiro de 2019. Conforme o comunicado, "toda denúncia de possível irregularidade terá sempre o respaldo do Governo para sua investigação, esclarecimento e o apoio à punição severa de qualquer servidor ou cidadão envolvido em corrupção".

Conforme o extrato do contrato, publicado no Diário Oficial do Estado (Iomat) que circulou no dia 27 de agosto, o objeto do contrato "refere-se à contratação para prestação de serviço de empresa terceirizada de manutenção predial, para atender a demanda da Governadoria do Estado de Mato Grosso".

Os recursos para honrar o contrato são da Fonte 100, que concentra recursos que podem ser empregados livremente pelo Executivo, pois não têm vinculação específica. A arrecadação de impostos está contemplada dentro dessa fonte.

O contrato foi assinado por Wanderson de Jesus Nogueira, que era ordenador de despesa na Governadoria de Mato Grosso e por Thiago Ronchi Adrien Eugênio, representante da empresa TMF Construções e Serviços Eireli.

Na mesma edição do Iomat foi publicada uma portaria assinada por Wanderson designando os servidores Mario Marcio Tibaldi Silva e Jonatas Silva Leite, para exercer o cargo de fiscal e suplente de fiscal, respectivamente, do contrato.

FÁBRICA DE GELO

De acordo com auto de prisão, ao ser preso, Wanderson assumiu ter recebido os R$ 20 mil do empresário e alegou que o dinheiro recebido seria proveniente da venda de parte de uma fábrica de gelo, a Gelomais, que ele estaria construindo no bairro Santa Cruz, em Cuiabá. Os dois se tornariam sócios no empreendimento.

O Gaeco cita que a empresa não está em nome de Wanderson e, onde deveria ser sua sede, está uma obra terminada, mas abandonada. O Gaeco chegou a telefonar ao empresário, que disse aos agentes que não conhecia Wanderson.





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