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Meio Ambiente
Segunda - 28 de Setembro de 2020 às 06:36
Por: Alecy Alves/Diário de Cuiabá

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Débora Fernandes Calheiros faz um alerta para o risco de mortandade de peixes em baias, lagos, riachos e grandes rios
Débora Fernandes Calheiros faz um alerta para o risco de mortandade de peixes em baias, lagos, riachos e grandes rios

Bióloga da Embrapa Pantanal, Débora Fernandes Calheiros faz um alerta para o risco de mortandade de peixes em baias, lagos, riachos e grandes rios, como o Cuiabá, em consequência das cinzas das queimadas.

Especialista em Limnologia, área de estudos de lagos, brejos, entre outros, Débora explica que assim que caírem as primeiras chuvas uma grande quantidade de cinzas pode chegar às áreas alagadas e rios, alterando a qualidade da água e levando a morte de peixes.

Ela observa que queimadas ocorrem todos os anos no Pantanal, porém nada que se compare ao que está acontecendo este ano. Como a extensão territorial destruída pelo fogo é maior e os incêndios ocorrem próximos de rios, os danos ao meio ambiente não vão se limitar à vegetação e aos animais terrestres, avalia.

Débora Calheiros e outros especialistas que estudam o Pantanal e recursos hídricos estão se organizando com o objetivo de fazer coleta e analisar amostras de água em alguns pontos, nas regiões da Reserva Sesc Pantanal e Porto Jofre, por exemplo. A ideia é fazer isso nas próximas semanas, antes e logo depois das primeiras chuvas fortes.

Outro alerta da especialista é dirigida aos moradores ribeirinhos, para não consumirem água de lagos e riachos atingidos pelas cinzas.

Ela esclarece que essa matéria orgânica acelera o crescimento de bactérias prejudiciais também à saúde humana.

Esse fenômeno ocorre em meados de outubro e, até lá, é preciso ter uma ação emergencial dos governos estadual e municipais.

Nas áreas urbanas, observa Débora, não haveria riscos porque a água passa por tratamento antes de chegar às torneiras das residências.

Já nas comunidades ribeirinhas, onde não existe nenhum processo de purificação, a indicação para que os moradores criem reservas com água da chuva. Ela diz que muitos já fazem isso e lembra que agora é mais necessário.

Mapa

NÃO CONFUNDIR - Outra observação de Débora Calheiros está relacionada ao fenômeno natural de deterioração da qualidade da água dos rios e lagoas marginais, denominado popularmente como "decoada".

É para não confundir esse fenômeno natural de alteração da qualidade de água, que acontece no início do processo de enchentes nas áreas de planície dos vários rios formadores do Pantanal, com a mortandade que as cinzas podem causar.

Fenômeno "decoada" está relacionado à decomposição da matéria orgânica vegetal recém-submersa nos campos inundáveis, em especial gramíneas de fácil decomposição.

Esse promove mortandade de peixes dependendo da magnitude da seca e da enchente subsequente, explica.





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