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Domingo - 18 de Outubro de 2020 às 12:03
Por: Mikhail Favalessa/RD News

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Sem receber nenhum voto em 2016 nas eleições municipais, 10 candidatas e candidato, todos em Mato Grosso, disputam novamente o pleito deste ano, marcado para 15 de novembro. São quase todas mulheres, que concorrem a cadeiras nas Câmaras Municipais de cidades como Campinápolis, Tabaporã, Poxoréu, entre outras. Há um homem.

O levantamento foi feito pelo nas bases de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que reúne informações sobre candidaturas de todas as eleições desde 1945. A reportagem filtrou 432 candidatos com 0 votos em 2016. Desse total, 10 que tiveram as candidaturas deferidas e estavam aptos naquele ano também constam como candidatos nos dados de 2020.

Dayanne Dallicani/Arte/Rdnews

Candidatas que não votaram nelas mesmas - zero votos

Candidatas e um candidato tiveram zero votos em 2016, ou seja, não registraram nem mesmo o próprio voto, e estão de volta para as eleições municipais

Em 2016, esses candidatos se registraram no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) para a disputa, mas, ao final, não receberam sequer seus próprios votos. No caso das mulheres, a situação é um possível indício das chamadas “candidaturas laranjas”, quando uma candidata é registrada junto à Justiça Eleitoral apenas para que o partido – ou a coligação até 2016 – consiga atingir a cota de gênero, de 30% de candidaturas femininas.

Um dos exemplos é Valdenes Candida de Oliveira, que concorre pelo Pros em Campinápolis (557 km de Cuiabá). Em 2016, ela se registrou pelo PV. Naquele pleito, gastou R$ 300,00 do próprio bolso na campanha, que foram investidos para pagar uma assessoria contábil, responsável pela prestação de contas junto ao TRE-MT.

Há registros de outros R$ 591,00 gastos na campanha dela com advogada, criação de jingle, programa de rádio, sonorização para comício, publicidade por carro de som, fotos para urna e impressos e santinhos, de acordo com a prestação de contas. Os valores constam como pagos pela campanha do então candidato a prefeito Jeovan Faria.

A reportagem entrou em contato com Valdenes pelo telefone que consta no registro de 2020. Ela confirmou que não fez campanha na eleição passada.

“Eu me inscrevi, mas não tive apoio do meu marido, então acabei desistindo da candidatura, mas não sabia como informar ao cartório eleitoral”, explicou. O tentou fazer novos questionamentos, mas em seguida Valdenes disse que estava “de saída” e que falaria com a reportagem em outra oportunidade. Não houve retorno até a publicação desta matéria.

Minha mãe teve um problema de saúde bem na época que seriam produzidos os materiais. Eu fui pra lá cuidar dela, e ela teve complicações. Por ser de idade fui tendo que ficar, não dava pra voltar. Então, por isso não fiz gravação, santinho, trabalho nenhum

Mari do Conselho

Há, porém, excessões. Marilene de Arruda Pereira é candidata a vereadora em Tapurah (428 km de Cuiabá) como “Mari do Conselho” (PSD) e se registrou em 2016 como “Mari”. Ela conta que, apesar de não ter recebido nenhum voto, queria, de fato, disputar o pleito.

“Eu concorri, mas quase abri mão. Apesar de não ter feito nada, foi porque eu fui pra Mato Grosso do Sul antes de começar a fazer santinho, propaganda para a TV... Minha mãe teve um problema de saúde bem na época que seriam produzidos os materiais. Eu fui pra lá cuidar dela, e ela teve complicações. Por ser de idade fui tendo que ficar, não dava pra voltar. Então, por isso não fiz gravação, santinho, trabalho nenhum”, relatou.

Marilene afirmou ainda que não informou desistência à Justiça Eleitoral de início, mas que foi chamada para prestar informações e a situação foi solucionada. Ela reclamou da falta de orientação sobre como proceder nesses casos. “Eu não queria desistir, era algo que sempre desejei. Agora está tudo bem com a minha mãe. Eu fui conselheira por 10 anos, ser vereadora é algo que sempre quis, agora é pra valer”, falou à reportagem.

Dessas 10 candidatas identificadas, duas têm ensino superior completo, sete têm o ensino médio e uma apenas lê e escreve. Há seis casadas, duas solteiras, uma separada e uma divorciada. Pelas declarações de cor ou raça ao TRE-MT, cinco dizem ter a pele parda, três, branca, e duas, preta.

Entre as profissões, dona de casa aparece três vezes, comerciante uma, cantor e compositor uma, contador uma, e quatro marcaram “outros” no cadastro.

Homem sem voto

Pelos números apontados como contato na Justiça Eleitoral, o tentou falar com Julio José Ribeiro, o “Julio Goiano da Pamonharia”(PV), o único homem na lista. Dos dois números informados, um a operadora diz “não existir” e no outro a pessoa que atendeu disse não conhecer o candidato.





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