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Agronegócios
Quarta - 28 de Outubro de 2020 às 12:44
Por: Rita Comini/Da Assessoria

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A pecuária é uma atividade historicamente ligada ao Pantanal, remete ao período da colonização do Brasil. Após a exploração do ouro na Baixada Cuiabana, as pastagens nativas da planície alagada foram sendo gradualmente ocupadas.

Conhecido como campeão da pecuária nacional, Mato Grosso tem um rebanho de aproximadamente 30 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos, o maior do país, representando sozinho quase 14% da produção brasileira.

O município de Cáceres, por exemplo, situado a 217 km de Cuiabá, na microrregião do Alto Pantanal, às margens do rio Paraguai, é o maior em criação de bovinos do Estado e o quarto do país. Conta com 1,1 milhão de cabeças de gado, que somadas às de outros quatro municípios da região (Curvelândia, Lambari d’Oeste, Salto do Céu e Rio Branco) chegam a três milhões de cabeças, segundo dados da Pesquisa Pecuária do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) referentes a 2018.

São mais de 200 propriedades rurais atuando na pecuária de corte e leiteira, desde as de grande extensão até as de pequeno porte da agricultura familiar e localizadas em assentamentos. O projeto Nosso Leite, implementado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae MT), teve início na região de Cáceres em 2019 e atende 21 pequenos produtores.

A atuação da instituição com o projeto de desenvolvimento da pecuária de corte e leiteira na região do Pantanal abrange ainda os municípios de Poconé, Barão de Melgaço, Santo Antônio do Leverger e Nossa Senhora do Livramento (onde 30 propriedades rurais são atendidas com atividade do leite). O projeto tem como objetivo promover o aumento da produtividade e competitividade dos pequenos negócios rurais ligados à cadeia de valor da bovinocultura, com foco em gestão, inovação, serviços tecnológicos e oportunidades de negócio.

Desenvolvido em parceria com as prefeituras, indústrias, cooperativas e produtores rurais, atende as propriedades com consultorias técnicas e inovações tecnológicas, mas já levou conhecimentos técnicos, mercadológicos e empresariais a mais de mil produtores rurais com capacitação que envolvem cursos, oficinas e seminários.

Um dos focos do trabalho é minimizar os impactos da sazonalidade da produção visando ofertar mais leite para as indústrias de laticínios, reduzindo assim a dependência de importação do produto. No período de chuvas, Mato Grosso importa 40% do leite consumido, e durante os meses de seca o volume chega a 60%.

Os participantes do projeto Nosso Leite consiste na aplicação de vários métodos e tecnologias, tais como controle diário das informações técnicas, cuidados com o rebanho, uso de silo, correção de solo, implantação de pastagens em sistema de piquete, manejo rotacionado do gado, melhoramento genético, implantação de mais de uma ordenha por dia, e muito mais. Tudo isso resulta em uma maior produtividade.

Enquanto a média de Mato Grosso é de 5 litros/dia/por animal, a das propriedades participantes do projeto Nosso Leite chega a 20 litros/dia/animal. Além da quantidade, há que se considerar a melhoria na qualidade do leite, fato que já começa a ser reconhecido por alguns laticínios com o pagamento maior por litro de leite.

A pecuária desempenha um papel importante na economia do bioma Pantanal. Além de ser base de renda para muitas famílias, principalmente para as que produzem leite, a atividade movimenta o comércio da região, incluindo laticínios, casas agropecuárias, agrônomos, veterinários, zootecnistas, enfim toda a cadeia envolvida.

Entre outras coisas, é responsável pela geração de renda, uso de novas tecnologias e inovação, melhoria da qualidade de vida, contribui com a fixação do produtor e de sua família no campo, gera emprego e renda, ajuda na preservação e conservação do solo e de áreas de proteção permanente (APP), traz melhorias para a sanidade e conforto animal, cria propriedades rurais sustentáveis.

Além disso, a atividade econômica da bovinocultura é estratégica para manutenção da segurança alimentar, pois fornece proteína animal de alta qualidade e é considerada como atividade de baixo impacto ambiental que traz ganhos sociais e econômicos ao setor.





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